ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Funcionária do caixa foi quem disse à quadrilha do fluxo de dinheiro da empresa

Paula Maciulevicius e Nadyenka Castro | 22/06/2011 16:11

A caixa da empresa, que foi feita refém já dentro da metalúrgica, contou ao amante da movimentação

Quadrilha foi apresentada hoje pela Derf. (Foto: Marcelo Victor)
Quadrilha foi apresentada hoje pela Derf. (Foto: Marcelo Victor)

A funcionária do caixa, Danieli Ferreira Cristaldo, 25 anos, foi quem passou a informação do fluxo de dinheiro da empresa à quadrilha que assaltou metalúrgica no último dia 08 de junho, em Campo Grande. Ela e outros três homens foram apresentados hoje pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Roubos e Furtos).

A informação da movimentação do dinheiro foi passada um mês antes do roubo, pela funcionária que chegou a ser rendida no dia do assalto dentro da empresa pelos comparsas. Danieli disse à Polícia que nem acreditava que a ação fosse acontecer.

Cerca de um mês antes, ela e o amante Tony Carlos Clemente, 25 anos, estavam em um churrasco na casa de uma amiga de Danieli, quando a funcionária comentou que onde trabalhava tinha grande movimentação de dinheiro e que ela recebia altos valores de caminhões que chegavam carregados do interior.

Na ocasião, estavam também mais dois homens, eles e Tony já tinham passagem pela Polícia por roubo. Logo após o comentário, um deles alertou a jovem que ela estava falando demais.

O amante de Danieli, Tony, chamou Ederson Francisco de Paula, 26 anos, conhecido como Edinho para fazer o roubo. Edinho convidou Reginaldo Martins de Souza, 29 anos, conhecido Magrão ou Magrelo, que chamou mais duas pessoas, que ainda não foram identificadas.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Peró, Danieli já tinha prestado depoimento como vítima, por ter sido rendida, quando a quadrilha entrou dentro da empresa acompanhados de uma outra funcionária feita refém em casa, que não tem ligação nenhuma com o roubo.

A Polícia disse que chegou ao envolvimento de Danieli pelos detalhes que ela narrou durante o depoimento.

O primeiro a ser preso foi Tony. A prisão preventiva aconteceu na sexta-feira, dia 10 de junho, na casa dele, no bairro Jardim Aeroporto. Na residência, foram encontrados R$ 820 reais em notas pequenas de R$ 2 e R$ 5 reais, além de várias borrachinhas e comprovantes de contas pagas de quarta-feira, dia do assalto, até sexta, data da prisão.

Os assaltantes disseram à Polícia que esperavam ter encontrado mais dinheiro no cofre, mas encontraram R$ 49 mil.

Endividados - Segundo a Polícia, Tony recebeu R$ 5 mil reais, parte do dinheiro pagou contas, depositou R$ 500 reais para a esposa, gastou em supermercado e ficou com R$ 1 mil. O que não condiz com o salário de R$ 950,00 que ganha como trabalhador da construção civil.

Com a prisão dele, a Polícia chegou aos dois homens que estavam no churrasco. Um deles relatou o episódio do comentário e que teria sido chamado quatro vezes por Tony, para participar do assalto.

Tony confessou o crime e indicou a participação de Edinho, que foi preso na semana passada. Ele também recebeu R$ 5 mil reais, pagou duas parcelas do carro que estava em atraso e viajou para a cidade natal, em Araçatuba, para visitar um parente doente.

Edinho confessou e disse à Polícia da participação de Reginaldo, que foi preso nesta segunda-feira. Quando soube da prisão de Edinho, Reginaldo, que recebeu os mesmos R$ 5 mil, procurou um advogado e pagou R$ 3 mil de honorários.

A funcionária não recebeu nada pela informação. A Polícia encontrou dinheiro na carteira de Tony, mas segundo a esposa, o valor seria para pagar o aluguel da casa, o que indica que a quadrilha não tinha intenção de repartir o montante do cofre com Danieli.

Os outros dois envolvidos que ainda não foram localizados ficaram com a maior parte do dinheiro do cofre, R$ 9 mil reais cada um. Nos cálculos da Polícia, entre a repartição do dinheiro sobram ainda R$ 8 mil reais, dinheiro utilizado nas despesas do roubo. O delegado Fábio Peró acredita que esse valor foi usado para garantir a compra do Citroen C3, utilizado na ação.

Ação - Edinho era o motorista do Citroen, que chegou à casa da funcionária do setor de Recursos Humanos da empresa, na manhã do dia 08. No carro, além de Edinho, os outros dois que ainda não foram identificados, Tony e Reginaldo.

Tony, Reginaldo e um dos que não foi preso, renderam o casal que sai de casa em um Corsa Classic e seguiram até a empresa no carro das vítimas.

Depois de roubar o cofre, segundo o processador de dados onde ficam armazenadas as imagens feitas pelo circuito interno, Edinho voltou a empresa, pegou os comparsas e deixou o Citroen com os outros dois que ainda não foram presos.

A dupla foi quem ficou com o cofre, abriu, repartiu o dinheiro e posteriormente enterrou o cofre.

O cofre foi encontrado pela Polícia enterrado e vazio em meio a um matagal nas proximidades da saída para São Paulo, no último dia 13 e o carro localizado no mesmo dia do roubo, nas proximidades da Lagoa Rica, saída para Três Lagoas.

A Derf disse ainda que está com a investigação avançada para prender os outros dois envolvidos.

Nos siga no Google Notícias