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Capital

Hospital se esquece de avisar morte e sobrinha denuncia: “Não tem perdão”

Enquanto família era avisada de quadro estável, paciente de 84 anos já tinha morrido

Aline dos Santos | 21/12/2020 09:45
Hospital se esquece de avisar morte e sobrinha denuncia: “Não tem perdão”
Família conta que Irene faleceu às 17h, mas óbito só foi comunicado às 6h do dia seguinte por hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)

A morte da paciente Irene de Arruda Simões, 84 anos, vítima da covid-19, trouxe dor e revolta para a família. Além do sofrimento pela perda, a sobrinha Daniela Simões Francisquetti relata que o Hospital Unimed, em Campo Grande, se esqueceu de comunicar o óbito. “É um absurdo, abominável, incabível, não tem perdão” afirma Daniela.

Enquanto o filho de Irene mantinha contato com a equipe médica e era informado de que a mãe tinha quadro estável, a paciente já estava morta. Segundo Daniela, a tia morreu às 17h do dia 4 de dezembro, mas a família só foi comunicada às 6h do dia seguinte, um sábado. Neste período, mantinha a busca de informações pelo quadro de saúde da paciente.

A sobrinha conta que o médico, que entrou de plantão na manhã de sábado, mandou questionar a família sobre a remoção do corpo.

“E aí simplesmente ligaram falando que ela tinha falecido e tinha que ir lá. Como os filhos dela estavam muito abalados, com covid e em isolamento, eu fui ao hospital. Chegando lá, para a minha surpresa, a recepcionista falou que a minha tia tinha falecido um dia antes, quase caí dura. Ninguém sabe por que, mas esqueceram de avisar. Simplesmente esqueceram”, conta Daniela, que mora em São Paulo, mas no dia 5 de dezembro estava em Campo Grande.

Hospital se esquece de avisar morte e sobrinha denuncia: “Não tem perdão”
Paciente de 84 anos estava internada no Hospital Unimed, em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Revoltada com o descaso, ela conta que cobrou explicações e pediu a documentação com dados dos profissionais que estavam no plantão do dia 4. “No momento que ela faleceu, que eles dizem que foi às 5h da tarde, foi quando o meu primo ligou para a médica para saber dela [Irene] e o que precisava usar de paramento para alguém da família ir visitar, a médica falou que estava tudo bem, que estava estável. E não falou que ela estava morta”.

Ela relatou a situação ao Campo Grande News após a publicação de matéria sobre denúncia outra família, que só foi comunicada sobre o óbito da paciente depois de 18h. “Não estão tendo a consideração de avisar as famílias de que os parentes morreram”.

Exauridos - Por meio de nota, a Unimed Campo Grande informa que lamenta o falecimento da paciente e que a equipe assistencial do hospital seguiu protocolos rígidos durante seu atendimento, a fim de garantir sua saúde e bem-estar.

"Esclarece ainda que está apurando a possibilidade de ter ocorrido algum ruído na comunicação entre a unidade hospitalar e seus familiares para que sejam tomadas as providências necessárias".

Ainda de acordo com a Unimed, neste momento de pandemia da covid-19, a unidade hospitalar está sobrecarregada, resultado do acúmulo do alto número de novos casos e aumento substancial de atendimentos, sendo atualmente o maior pico da doença. "Os profissionais da saúde que trabalham incansavelmente nesta batalha contra o coronavírus estão exauridos".

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