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Capital

Júri condena assassinos de travesti a 12 e 14 anos de prisão

Crime aconteceu em novembro de 2015. Penélope Charmosa foi assassinada com 15 golpes de faca

Geisy Garnes | 03/05/2018 15:00
Leandro compareceu ao júri e confessou o crime. O segundo acusado está foragido (Foto: Saul Schramm)
Leandro compareceu ao júri e confessou o crime. O segundo acusado está foragido (Foto: Saul Schramm)

Os jurados da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande nesta quinta-feira (3) Leandro da Silva Martins e Wesley Rocha Reis Bento, o “Magrão”, pela morte da travesti Penélope Charmosa, em novembro de 2015 no Bairro Universitário. Somadas as penas ultrapassam 16 anos de prisão.

Na época do homicídio, os autores viviam em união estável com duas travestis que dividiam ponto de prostituição com Penélope, identificada pela polícia como Leonardo Marcolan Schavetock. Por ser mais velha no local, a vítima cobrava o “aluguel do ponto”, um valor de aproximadamente R$ 10, das mais novas, o que motivava várias brigas entre elas.

Durante o julgamento desta manhã, Leandro alegou que a intenção era apenas conversar com Penélope e esclarecer as ameaças feitas por ela contra a sua companheira e a de Wesley. No dia, os dois foram até o ponto, mas não encontraram Penélope não estava no local. "Quando nós estávamos voltando para casa, encontramos ela, e fomos para lá, mas a gente só queria conversar", afirmou.

Ele contou que percebeu que a travesti estava com uma faca de cozinha no peito e alertou o colega, mas neste momento a vítima partiu para cima dele, que estava mais próximo. "Eu consegui dar uma chave de braço nela e falei que se ela soltasse a faca eu a soltaria. Quando ela largou a faca e eu fui empurrar com o pé, o Wesley chegou já dando vários golpes nela".

O MPE (Ministério Público Estadual) insistiu na condenação dos dois por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, meio cruel empregado e recurso que dificultou a defesa da vítima. A defensoria pública, no entanto, pediu o afastamento das qualificadoras e também a absolvição de Leandro, ou ao menos, o reconhecimento de sua participação como de menor importância.

O Conselho de Sentença acatou em parte os pedidos da defesa e afastou a qualificadora do motivo torpe. Ao estipular a pena, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, considerou a confissão feita por Leandro e estipulou pena de 12 anos e seis meses para ele. Wesley não compareceu ao julgamento e está foragido. Ele foi condenado a 14 anos e 2 meses de reclusão.

Crime - Penélope foi morta com pelo menos 15 facadas na Rua Ucy Nagamine, na esquina com a Euvira Matos de Oliveira. Segundo o registro policial, a vítima foi ferida na rua Elvira Matos de Olilveira, onde foi localizada a faca de serra que estava com ela, um chinelo e fones de ouvido.

Ela correu até a esquina onde foi encontrada. Penélope tinha perfurações no tórax, nas costas, perna e nuca.

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