ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, DOMINGO  28    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Justiça recebe denúncia contra acusados de complô para cassar Bernal

Acusações recaem sobre o ex-governador André Puccinelli (MDB), o procurador municipal André Luiz Scaff, dois ex-prefeitos, 10 vereadores ou ex-parlamentares e 5 empresários

Anahi Zurutuza | 12/12/2018 13:04
Gaeco na Câmara em agosto de 2015: era a Operação Coffee Break (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Gaeco na Câmara em agosto de 2015: era a Operação Coffee Break (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

O juiz Marcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia contra o ex-governador André Puccinelli (MDB), o procurador municipal André Luiz Scaff, dois ex-prefeitos, 10 vereadores ou ex-parlamentares e 5 empresários por consequência da Operação Coffee Break. A ação criminal contra os 19 réus tramita desde 2016 e os acusa de armar complô para cassar o então prefeito Alcides Bernal (PP).

Conforme a investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) concluiu que os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e João Roberto Baird teriam encabeçado a conspiração contra Bernal e, conforme a apuração, comprando o voto de vereadores para cassar prefeito, em março de 2014.

Além deles, os parlamentares e os ex-prefeitos Gilmar Olarte e Nelsinho Trad são acusados de participar do conluio para tirar Bernal do cargo. Os empresários Luiz Pedro Gomes Guimarães e Raimundo Nonato de Carvalho são os responsáveis por apresentar a denúncia contra o então prefeito que resultou na abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) “do Calote” e por consequência na cassação.

As acusações são de organização de criminosa e corrupção. Também na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos tramita ação civil de improbidade administração que cobra indenização de R$ 25 milhões por danos morais coletivos.

Veja quem são os réus na lista abaixo:

Empresários:
Carlos Eduardo Belineti Naegele
João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco
João Roberto Baird, dono da Itel Informática
Luiz Pedro Gomes Guimarães
Raimundo Nonato de Carvalho

Ex-vereadores e parlamentares:
1. Carlos Augusto Borges, o vereador Carlão (PSB)
2. Edil Afonso Albuquerque (PTB), ex-vereador
3. Edson Kiyoshi Shimabukuro (PTB), ex-vereador
4. Eduardo Pereira Romero (Rede), vereador
5. Flávio César Mendes de Oliveira (PSDB), ex-vereador
6. Gilmar Nery de Souza, vereador Gilmar da Cruz (PRB)
7. João Rocha (PSDB), atual presidente da Câmara
8. José Airton Saraiva (DEM), ex-vereador
9. Mário César de Oliveira Fonseca (MDB), ex-presidente da Câmara
10. Otavio Augusto Trad Martins (PTB), vereador
11. Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PTB), ex-vereador

André Luiz Scaff (procurador municipal)
André Puccinelli (ex-governador)

Ex-prefeitos:
Gilmar Antunes Olarte
Nelson Trad Filho (PTB)

Ex-prefeito Alcides Bernal em entrevista em 2015 (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Ex-prefeito Alcides Bernal em entrevista em 2015 (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Três prefeitos em 1 dia - Pouco mais de um ano depois da cassação, em 25 de agosto de 2015, vésperas do aniversário de 116 anos Campo Grande, moradores viram a Capital ter três prefeitos em um só dia.

A cidade acordou com Gilmar Olarte no cargo, almoçou com a notícia de que o vereador Flávio César assumiria a administração municipal e dormiu com Alcides Bernal de volta ao comando do Poder Executivo.

Naquele dia, Olarte foi afastado e Bernal reassumiu, depois de ter voltado a ser prefeito por algumas horas no dia 15 de abril de 2014. Após reassumir o cargo pela manhã por força de liminar, uma decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou que o vice permanecesse como prefeito.

Defesas – Em resumo, os acusados negam terem “armado” a cassação. O Campo Grande News conseguiu falar com alguns dos advogados dos réus.

“A Operação Coffee Break não passa de uma fantasia jurídica. O Ministério Público usa de suposições para tentar criar uma situação criminosa que não aconteceu e que será esclarecida nas defesas do Gilmar Olarte”, afirmou Kárlen Karim Obeid, que defende Gilmar Olarte.

O advogado alega ainda que não há provas do suposto complô. “Inclusive o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul já reconheceu a legitimidade da cassação do Alcides Bernal, portanto torna ainda mais sólida a defesa e os esclarecimentos de Olarte, de que não houve qualquer tentativa criminosa de cassar o ex-prefeito”.

José Wanderley Bezerra Alves, que representa João Roberto Baird e André Luiz Scaff, disse apenas que ainda não teve acesso ao conteúdo da decisão.

Já Fábio Castro Leandro, advogado de Jamal Mohamed Salém, Gilmar da Cruz e Chocolate disse que está confiante na absolvição dos clientes “porque não existiu qualquer troca de favores”. “Foi só um recebimento da denúncia. Agora que vamos apresentar toda defesa, documentos e ouvir testemunhas, se for necessário”.

Nos siga no Google Notícias