Madrugadores saem cada vez mais cedo para encarar fila em busca da vacina
Albano Franco tem um quilômetro e meio de pessoas com 36 e 37 anos, profissionais da imprensa e bancários

Quanto maior o tempo esperando pela vacina, maior a ansiedade. A cada dia, a fila tem pessoas madrugando mais cedo por uma dose. No início da semana, a reportagem do Campo Grande News encontrou gente na fila às 3h.
Hoje (10), a primeira a chegar no drive-thru do Albano Franco já estava lá desde às 2h20 com tudo que precisava para encarar a fila quilométrica, que começou a andar às 7h35.
É um quilômetro e meio de pessoas com 36 e 37 anos, além de profissionais da imprensa e da rede bancária. Mesmo com a repercussão dos últimos dias de filas enormes, o pessoal não tem preguiça, pelo contrário, demonstra entusiasmo.
Com toda a família, incluindo marido e duas filhas, preparados com cobertor e lanches, a primeira da fila no Albano Franco foi a técnica de enfermagem Daniele Cristine de Souza, de 36 anos. Ela conta que madrugou porque ontem o marido chegou um pouco mais tarde e já tinha muita gente.

“Estava muito ansiosa, sou mãe e me preocupo com as minhas filhas. Essa vacina é uma conquista para o Brasil e para Mato Grosso do Sul”, comenta a técnica de enfermagem, Daniele Cristine.
No grupo prioritário, os jornalistas parecem muito mais ansiosos que os bancários. A reportagem percorreu a longa fila, mas não encontrou um representante dos trabalhadores da rede bancária. Em contrapartida, os jornalistas estavam entre os primeiros que madrugaram.
Com edredom e travesseiro, o jornalista Guilherme Henri, de 31 anos, ficou em segundo lugar ao chegar às 2h30.
“Não consegui dormir de tanta ansiedade, desde que incluíram os profissionais da imprensa no grupo prioritário fiquei na expectativa. Vou tomar a que tiver. Não dá para ser sommelier de vacina”, comemorou Guilherme Henri.
A fotógrafa Kísie Ainoã, de 33 anos, já estava sentindo-se “no meio do furacão”.
“São quase dois anos de espera, a gente todo dia em hospital, centro da cidade e coletivas de imprensa. Acho até que esperamos muito tempo pela vacina”, desabafou Kísie Ainoã, que chegou por volta das 6h.
Vale atrasar qualquer coisa para quem comemora ter chegado a sua hora de vacinar. A cabeleireira Regiane Franciscato, de 37 anos, chegou já angustiada às 3h30 e avisou os clientes que poderia atrasar.
“É uma dose de esperança. Preciso trabalhar ainda hoje, mas já falei que ainda estou na fila”, conta a cabeleireira Regiane Franciscato.
