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Capital

Mãe acusa médicos do HR de negligência e forçar parto normal em cirurgia

Alan Diógenes | 22/06/2015 19:27
Mãe disse que médicos do HR forçaram parto normal. (Foto: Marcelo Calazans)
Mãe disse que médicos do HR forçaram parto normal. (Foto: Marcelo Calazans)

A secretária Vanessa Cavalcante, 27 anos, entrou com uma ação contra profissionais do HR (Hospital Regional) de Mato Grosso do Sul que fizeram seu parto no dia 20 de outubro do ano passado. Ela alega que houve negligência por parte dos médicos que forçaram um parto normal ao invés do cesariana, sendo que a gravidez era de risco.

Com a ajuda a Associação das Vítimas de Erros Médicos, ela registrou o boletim de ocorrência, pois devido a complicações no parto, seu bebê, agora com oito meses, nasceu com paralisia cerebral. Agora, O MPE (Ministério Público Estadual) entrou no caso, por meio da promotora dos Direitos Humanos de Campo Grande, Jaceguara Dantas da Silva.

Vanessa conta que já havia feito 12 consultas e 4 ultrassonografias, que demostraram que o bebê estava "atravessado" na barriga. “No dia em que dei entrada no hospital o médico plantonista disse que o parto seria normal. Eu disse que o médico que cuidou da minha gestação falou que deveria ser cesariana, mas ele me respondeu que clínico geral não entendia muito sobre parto em”, explicou.

Depois de ficar no hospital da 14h até meia noite na tentativa de fazer o parto normal, os médicos decidiram fazer uma cesariana emergencial. “Devido a demora, meu filho nasceu com falta de oxigênio no cérebro. Agora tenho que correr de segunda a sexta-feira com ele para a fisioterapia. Para você ter noção dez médicos cuidam da saúde dele, desde fonoaudiólogo a cardiologista. Só quero uma qualidade de vida para meu filho. Só de pensar que tudo poderia ser diferente já fico entristecida”, argumentou.

Vanessa foi ouvida pela promotora na tarde desta segunda-feira (22). A advogada da Associação das Vítimas de Erros Médicos, Eliane Potrich, revela quais serão os próximos passos do processo. “Certamente vai haver uma perícia e posteriormente a promotora deve ouvir os funcionários do hospital envolvidos no atendimento da Vanessa”, apontou.

O presidente da associação, Valdemar Moraes de Souza, afirmou que o HR entregou o prontuário apenas da mãe, mas se nega a entregar o do bebê. “A promotora deve pedir o prontuário da criança também e verificar a situação do hospital. O HR trabalha com médicos residentes, ou seja, que ainda estão estudando. Sem falar na grande demanda de gestantes, que ficam nos corredores do hospital”, destacou.

Segundo Valdemar, o CRM (Centro Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul abriu sindicância para investigar o caso. “Mas eles demoram de dois a quatro anos para concluir a investigação, enquanto isso outros erros médicos vão acontecendo sem punição”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional para obter mais esclarecimentos, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.

Vanessa chegou ao MPE acompanha de advogada e presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos. (Foto: Marcelo Calazans)
Vanessa chegou ao MPE acompanha de advogada e presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos. (Foto: Marcelo Calazans)
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