ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Mãe que alegou 'chip da besta' é indiciada por homicídio e estupro de bebê

Mulher foi presa em flagrante e confessou crime macabro

Dayene Paz | 14/09/2021 14:23
Melanie em foto guardada pelo pai. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Melanie em foto guardada pelo pai. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Gabrieli Paes da Silva, de 21 anos, que matou a própria filha de cinco meses, no dia 22 de junho deste ano, em Campo Grande, foi indiciada por homicídio e estupro de vulnerável. Na data dos fatos, quando foi presa em flagrante, a mãe afirmou que cometeu o crime, porque a filha estava com o 'chip da besta' na cabeça.

A menina tinha marcas evidentes de violência sexual, o que foi comprovado com exame necroscópico. No entanto, a mãe - que confessou o homicídio -, negou o estupro. Uma escova chegou a ser periciada, pois havia cabelos no órgão genital da criança, mas nenhum material biológico da menina foi encontrado no objeto.

A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), conduziu a investigação. Na época, a delegada que estava à frente do caso, Eliane Benicasa, afirmou que não acreditava que a mãe tinha problemas psicológicos ou depressão pós-parto.

Por se tratar de flagrante, o inquérito foi concluído em 10 dias e Gabrieli indiciada pelos crimes de homicídio e estupro de vulnerável. O caso já foi levado ao Poder Judiciário.

Casa onde Gabrieli morava com Melanie. (Foto: Marcos Maluf)
Casa onde Gabrieli morava com Melanie. (Foto: Marcos Maluf)

Crime - A mãe confessou o crime com uma versão macabra. Falou que no dia em que vacinou a filha Melanie, descobriu que ela tinha o "chip da besta" na cabeça e queria tirar isso da criança. Então, colocou a menina em uma bica d'água que servia de chuveiro.

"Ela ficou segurando a menina embaixo d'água, estava consciente que estava afogando a criança", disse Benicasa, na época do crime, descartando qualquer insanidade.

O dono do imóvel onde Gabrieli morava com a filha relatou que o chuveiro da casa ficou ligado por cerca de quatro horas na data do crime. Como batia na porta e ninguém atendia, resolveu desligar o registro, sem desconfiar de que ela havia matado a criança. Conforme as diligências, a mãe agiu sozinha.

Visita as amigas - Após cometer o crime, no dia 22 de junho, por volta das 20h, Gabrieli ainda colocou a bebê no carrinho e foi até a casa de amigas na Vila Bandeirantes. Sentou, bebeu cerveja, conversou, até que as outras jovens perceberam que Melanie estava muito quieta.

Quando tocaram na criança, perceberam que ela já estava com o corpo rígido e correram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon. Segundo as amigas, quando questionaram o que havia acontecido, e Gabrieli dizia: "não aconteceu nada" e ria.

A menina chegou morta à UPA, por volta das 22h, com ânus dilacerado e hímen rompido. Em depoimento, Gabrieli não quis falar sobre o estupro, mas contou que levou criança recentemente ao posto de saúde, onde um médico teria dito que a bebê tinha fechamento vaginal, que era para passar pomada, mas ela acabou enfiado palitos na vagina da bebê.

Insanidade - Apesar da polícia acreditar que Gabrieli não é insana, amigos afirmaram que a jovem já teve "surtos" e chegou a apontar faca para um ex-namorado, sem "motivo nenhum". Também há relatos de uso de drogas e alucinações.

Na ficha de Gabrieli, há uma denúncia de 2016, feita pela própria mãe dela ao Conselho Tutelar, quando ela estava grávida do primeiro filho, hoje, com 4 anos. O teor da denúncia não foi divulgado. A delegada comenta apenas que a avó da criança teria dito que a filha estava "estranha" à época.

A jovem também tem vários registros na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como vítima de ex-namorados.

Gabrieli foi mãe pela segunda vez dois anos atrás. Hoje, as duas crianças moram com a avó materna. Não há muitas informações sobre como ocorreu a terceira gestação.

Gabrieli e Melanie moravam sozinhas em uma casa alugada na Rua Santa Helena, na Vila Bandeirantes. Os vizinhos e membros da Igreja Universal, frequentada por ela, ajudavam na alimentação.

Nos siga no Google Notícias