ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Mães da Fronteira querem "sair de casa" e buscam sede para expandir atividades

Ricardo Campos Jr. | 10/02/2015 12:41
Reinaldo com Lílian (esquerda) e Ãngela (direita), dirigentes da associação Mães da Fronteira (Foto: Marcelo Calazans)
Reinaldo com Lílian (esquerda) e Ãngela (direita), dirigentes da associação Mães da Fronteira (Foto: Marcelo Calazans)

Criada há dois anos após a trágica morte dos estudantes Breno e Leonardo, a Associação Mães da Fronteira quer expandir a atuação e busca apoio para uma sede em que possa organizar as atividades. Hoje a entidade funciona na casa da presidente, Lílian Silvestrini, que gerencia o grupo junto com a vice Ângela Fernandes. As duas são mães dos jovens assassinados. Elas se reuniram na manhã desta terça-feira (10) com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e esperam obter ajuda na empreitada.

“Viemos pedir ao governador um apoio logístico, uma estrutura física, inclusive, para que nós tenhamos mais condições de atuar em nosso trabalho que é junto à sociedade. Para nós, é muito difícil. A associação não tem condições financeiras, mas nós queremos lutar”, disse Ângela.

Hoje, segundo elas, o grupo conta com cerca de 400 pessoas. “A associação está funcionando dentro de casa. É muito complicado, porque você acaba interferindo em nossa vida particular”, relata Lilian.

A vice-presidente completa, dizendo que a situação deixa a entidade “impossibilitada de dar um atendimento adequado para as pessoas porque você não tem condição de contratar gente, não tem como atender”.

Depois do encontro, Reinaldo saiu para um compromisso agendado sem falar com a imprensa. Ângela e Lílian afirmam que a reunião não teve nenhuma medida concreta, mas o governador sinalizou que está “com a porta aberta” para atender as Mães da Fronteira. A associação fará um projeto para colocar no papel como será o trabalho nessa nova fase de expansão, tendo em vista que está se tornando referência, tendo sido procurada por políticos do Paraná e Mato Grosso, estados que também localizados na faixa de fronteira.

“Nós vamos conversar mais sobre isso e vamos definindo e desenhando aos poucos como vai ser esse trabalho”, disse Ângela. Lílian adiantou que a entidade trabalhará principalmente na educação de jovens para evitar que eles entrem para o crime e contribuam com as estatísticas de violência.

“Nosso trabalho busca cobrar das autoridades aquilo que não é feito. A nossa fronteira ficou largada por muito tempo, continua ainda, e a cada governo que passa a gente percebe que pouca coisa muda. Nós estamos tendo a oportunidade de iniciar uma conversa com o governador Reinaldo já desde os primeiros dias justamente para que nós possamos acompanhar esse governo e cobrar aquilo que ele se propõe e trazer ideias e soluções, porque nós estamos no meio da população. Estamos do lado de lá. Todos nós somos vítimas em potencial de qualquer bandido”, disse a vice-presidente.

Nos siga no Google Notícias