Major do Exército é denunciado por assédio sexual a oito vítimas
Comando Militar do Oeste informou que recebeu denúncia anônima e abriu procedimento para apurar
Major do Exército foi denunciado por assédio sexual contra funcionárias civis e militares. A situação foi relatada por meio do disque-denúncia, sendo formalizada em Boletim de Ocorrência registrado na última quarta-feira (dia 23), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), em Campo Grande.
O registro informa oito vítimas de assédio sexual e uma outra por assédio moral. Esta última teria sido criticada pelo major, em frente a colegas de trabalho, por suposto excesso de peso. A denúncia cita que o militar, 43 anos, é subchefe de um setor, com 80 subordinados, entre homens e mulheres.
Pela função, tem uma sala exclusiva. O relato é de que as vítimas são chamadas até o local para tratar de assunto de trabalho, mas o teor da conversa muda quando se fecham as portas. A temática se volta para cunho sexual, como tamanho dos seios, envio de conteúdo pornográfico por celular e alerta de não renovação de contrato. Uma das vítimas teria ouvido, diante de negativa, “vou acabar com a sua vida”.
Ao todo, 180 imagens do aplicativo WhatsApp foram encaminhadas com a denúncia. A reportagem teve acesso a um diálogo, apontado como sendo entre o major e uma vítima. O homem pergunta por que a mulher retirou a foto do aplicativo e ela diz que tem vontade de apagar as redes sociais. Na sequência, a pessoa passa a destacar características físicas e afirma que ela sempre será assediada por ser bonita.
Na sequência, diz que “sei...que não posso, pela minha posição de chefe e homem casado...expor você e nem ninguém”. Às 7h19, a pessoa diz que deixará a outra em paz. Às 10h46, retoma o diálogo de conotação sexual com a mulher.
O CMO (Comando Militar do Oeste) informa que recebeu denúncia anônima sobre possível cometimento de assédio por militar do Exército. De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa, foi instaurado procedimento administrativo para verificar os fatos apontados pela denúncia anônima.
“As pessoas citadas já estão sendo ouvidas, de forma a se verificar a comprovação da denúncia. Caso haja a confirmação do fato, será instaurado o devido processo legal para responsabilização do militar”.
O documento prossegue: “Cumpre destacar, ainda, que o Exército não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada no seu meio, repudiando veementemente fatos desabonadores da ética e da moral que devam estar presentes na conduta de todos os seus integrantes”.
Ao Campo Grande News, o major negou o crime de assédio e que seja autor das mensagens no WhatsApp. “Denunciar qualquer pessoa denuncia. Eu desconheço aquela conversa”, diz.