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Capital

Mesmo com 9 assaltos, dono de mercado nega que tinha seguranças

Viviane Oliveira | 08/07/2011 19:15

Ele afirma que não tinha seguranças no mercado por causa do custo alto

Joaquim disse que há cinco anos um PM que fazia a segurança do supermercado foi morto e que depois disso nunca mais viu vigia no local. (Foto: João Garrigó)
Joaquim disse que há cinco anos um PM que fazia a segurança do supermercado foi morto e que depois disso nunca mais viu vigia no local. (Foto: João Garrigó)

O proprietário do mercado Souza, assaltado na última terça-feira (5) que terminou com a morte do gerente Carlos Expedito Ferreira Boccia, 41 anos e do assaltante Maycon Higor Aquino Paes, 18 anos, negou que o policial militar que efetuou os disparos trabalhava como segurança no estabelecimento.

Apesar do local ter sido assaltado nove vezes, o proprietário,que pediu para não ser identificado, afirma que não tinha seguranças no mercado por causa do custo alto. Segundo ele, o policial que atirou no momento do assalto é cliente.

Para o proprietário, o ocorrido em seu comércio foi uma fatalidade. “O que aconteceu foi uma fatalidade, agora está nas mãos da Polícia para comprovar o que houve”.

De acordo com moradores do bairro Taveirópolis o policial militar é muito conhecido na região, mas a maioria não confirmam que ele era vigia do estabelecimento. “O policial é muito conhecido aqui e sempre está por perto”, disse o proprietário de uma conveniência que não quis se identificar.

O aposentado Joaquim Nascimento da Silva, 65 anos, disse que há cinco anos um policial militar que fazia a segurança do supermercado foi morto. “Não foi troca de tiros com bandidos, dizem que foi acerto de contas”. Ele afirma que depois disso nunca mais viu vigia no local.

Em poucas palavras o gerente não confirma este caso. “O mercado já existe há 39 anos, eu nunca tive segurança”, diz.

Uma cliente do mercado, que não quis se identificar disse que a segurança no mercado é feita por dois policiais militares, entre eles o que efetuou os disparos. “Todos nós clientes, sabemos que este Policial Militar, fazia a segurança do supermercado”, relatou a mulher.

Supermercado reabriu as portas nesta sexta-feira.
Supermercado reabriu as portas nesta sexta-feira.

Versão - Na primeira informação era de que o policial militar estava em uma loja em frente ao mercado, ouviu pessoas dizerem que estava ocorrendo um assalto e então entrou no comércio.

Maycon viu o policial, que não estava fardado, pois estava em folga, e apontou a arma de fogo que portava. Diante da situação, o militar atirou no bandido.

Já nas imagens gravadas no dia do assalto ficou comprovado que os bandidos não efetuaram disparos contra o policial. Eles chegaram de bicicleta e já foram em direção ao caixa. Nas imagens, o comparsa de Maycon, um adolescente de 17 anos, aborda o gerente e pega o dinheiro que estava com ele.

O outro assaltante aborda as funcionárias dos caixas e sai do mercado. Em seguida, a imagem o mostra correndo de volta para o local e sendo baleado nas costas pelo policial, que efetuou mais dois disparos.

Comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o coronel Carlos Alberto David dos Santos, disse que essa informação de que o policial fazia “bico” não chegou de forma oficial. “Caso seja comprovando nós iremos investigar”.

Conforme o coronel, o policial está afastado do serviço para tratamento psicológico.

Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ACSPMBM/MS) se posiciona a favor da atuação do cabo da PM.

De acordo com o vice-presidente da Associação, Cláudio Souza, a ação dele foi correta, legítima. Ele é categórico em afirmar que o policial não fazia ‘bico’ no mercado.

Ainda de acordo com ele, é necessário esperar o exame de balística para saber de onde saiu o tiro que matou o gerente do estabelecimento. O laudo pode demorar até 20 dias para ficar pronto.

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