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Capital

Missa marca três anos de morte de jovens e mãe diz que saudade só aumenta

Flávia Lima | 30/08/2015 16:31
Palestras do Mãe da Fronteira são voltada para adolescentes e pais. (Foto:Divulgação)
Palestras do Mãe da Fronteira são voltada para adolescentes e pais. (Foto:Divulgação)

Familiares e amigos dos estudantes Breno Luigi Silvestrini de Araújo e Leonardo Batista Fernandes, realizaram neste domingo (30), uma missa para marcar os três anos da morte dos universitários, assassinados com um tiro na cabeça após terem sido abordados por bandidos que queriam roubar a caminhonete dos amigos, quando saíam de um bar na Capital.

Durante a cerimônia, realizada na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, a mãe de Breno, Lilian Silvestrini, ressaltou a importância de investir na segurança da fronteira. Ela lembrou que os bandidos que abordaram Breno e Leonardo tinham a intenção de trocar o veículo por cocaína na fronteira com a Bolívia.

Para aliviar a dor dos três anos da perda do filho, Lilian, ao lado da mãe de Leonardo, Angela Fernandes, criou o grupo Mães da Fronteira, que tem o objetivo de mobilizar a sociedade em prol de ações que despertem a atenção sobre a falta de segurança nas fronteiras do país.

Através de palestras em escolas, as duas mães buscam sensibilizar os jovens sobre a importância de manter um diálogo aberto com a família, evitando a distância entre filhos e pais. "Queremos que os adolescentes caiam na realidade e não fiquem focados só nas baladas, mas também tomem cuidado quando saírem de casa", diz. Para os pais, ela faz um alerta sobre a necessidade de saber com quem os filhos saem e seu círculo de amigos. "É necessário observar as angústias e tristezas para ajudar, evitando envolvimento com as drogas", ressalta Lilian.

Quanto a atuação do grupo Mães da Fronteira, ela diz que foi criada uma frente parlamentar encabeçada pela deputada estadual Antonieta Trad (PMDB) para pressionar o governo federal a enviar recursos que garantam o reforço policial nas fronteiras do Estado.

Ainda emocionada com a missa, que reuniu cerca de 400 pessoas, Lilian afirma que, mesmo com a condenação dos criminosos, a saudade do filho "só aumenta", e que o trabalho no grupo e a dedicação ao seu outro filho é o que a mantém firme na batalha para garantir que outras mães não percam seus filhos da mesma forma.

"A saudade é grande, não diminui, mas por outro lado aprendemos a lutar e a lidar com essa dor. A vida nos obriga a trabalhar e a pensar nos outros filhos. Temos que conviver com essa realidade, mas não queremos que outras famílias passem por isso", afirma.

O crime - Os amigos Breno e Leonardo foram abordados na saída de um bar, na Avenida Ceará, no dia 30 de agosto de 2012. Os dois foram mortos com um tiro na cabeça cada um e os corpos jogados próximo ao distrito de Indubrasil. A quadrilha pretendia trocar o veículo por drogas na fronteira da Bolívia.

Pelos crimes foram condenados Rafael da Costa da Silva, Raul de Andrade Pinto, Dayani Aguirre Clarindo, Weverson Gonçalves Feitosa, Edson Natalício de Oliveira Gomes e Jonilton Jackson Leite. Entre os condenados, Rafael foi o que recebeu a maior pena, 42 anos de prisão.

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