Moradores de apartamentos recém-entregues reclamam de irregularidades na obra
Com menos de 2 anos de entrega, residencial apresenta problemas de rachaduras e infiltrações
Moradores contemplados com apartamentos no Residencial Inápolis, próximo ao distrito de Indubrasil, em Campo Grande, se juntaram para se queixar de problemas nas estruturas e qualidade dos materiais utilizados nos imóveis entregues a menos de 2 anos.
O condomínio dividido em blocos, com 66 apartamentos, foi inaugurado em dezembro de 2020 pela CEF (Caixa Econômica Federal), por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). Mesmo com o pouco tempo da entrega, os moradores constataram rachaduras, mau acabamento e infiltrações nos imóveis.
“A parede estava com mofos e tivemos que pintar, as tomadas abriram, os materiais utilizados são de baixa qualidade, a entrada do bloco está com o forro saindo, o portão da entrada teve que ser arrumado. Está tudo deteriorando, e não é por má uso e sim porque não tem qualidade”, lamenta a moradora Lilia Alves Pereira, 28 anos.
Moradora do residencial desde a inauguração, Lilia conta que o problema piorou após o vendaval de areia que castigou Campo Grande em setembro de 2021. “No vendaval destelhou alguns blocos, ficamos todo esse período correndo atrás, ontem apareceram pessoas da construtora responsável, mas só vão reparar as telha, no entanto tem muitos outros problemas”, relata.
Síndica do bloco C, Ilse Niedack, 53anos, conta que já procurou os responsáveis para tentar um acordo para que os reparos fossem realizados, mas não obteve sucesso. Outro problema apontado pela sindica é o abandono de alguns apartamentos que diminui a arrecadação de recursos para realizar o conserto por conta própria.
“Temos R$ 16 mil em inadimplência no bloco C, apenas 30% dos apartamentos estão em dia com o condomínio, isso dificulta os reparos particulares. Muitos proprietários só apareceram no dia da vistoria para pegar as chaves e colocaram a venda. Eles tinham que entregar tudo certo pra gente, mas não fazem nada para resolver a situação, sempre que procuramos eles jogam a responsabilidade para outro”, reclama administradora responsável pelo bloco C.
A Caixa Econômica Federal, responsável pelo empreendimento e pela contratação da construtora que realizou as obras, foi procurada às 13h30, pela reportagem para se posicionar sobre os problemas estruturais no residencial, mas até a publicação da reportagem não houve retorno.