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Capital

Moradores temem novos desmoronamentos na região da Ernesto Geisel

Viviane Oliveira | 16/01/2012 19:02
Máquinas trabalham no local. (Fotos: Simão Nogueira)
Máquinas trabalham no local. (Fotos: Simão Nogueira)

Quem mora e trabalha na região da Ernesto Geisel, onde na última sexta-feira (13) houve um novo desmoronamento na margem do córrego Segredo no sentido bairro-centro a partir da Euler de Azevedo, já esperava os transtornos que, segundo eles, por falta de manutenção ou de um serviço definitivo sempre retornam no período de chuvas.

Para o funcionário público José Perpetuo de Morais, 43 anos, a erosão na região só será solucionada se o córrego for canalizado. “Todo ano no verão é o mesmo episódio, enquanto não fechar totalmente o córrego o problema não vai acabar”, afirma.

José mora no bairro Coronel Antonino e todo dia atravessa a cidade pela avenida Ernesto Geisel para chegar ao trabalho. Ele conta que nos últimos meses mudou a rota por causa das frequentes chuvas. “Esses dias choveu tanto que o córrego quase transbordou, para evitar acidentes prefiro mudar o caminho e andar um pouco mais”, disse.

O funcionário público reclama que o trecho onde a cratera se abriu está mal sinalizado. “A noite este pedaço é muito escuro e a sinalização não é luminosa. Tinha que ter uma placa avisando sobre a obra desde a Euler de Azevedo”, reclama.

Segundo ele, para evitar novos transtornos os órgãos responsáveis deveriam tomar como exemplo o que foi feito na avenida Fernando Correa da Costa. “Antes da canalização aquela região vivia alagando, hoje não se fala mais em enchente e nem erosão na via”, finaliza.

O secretário de Infraestrutura, Transporte e Habitação, João Antônio De Marco, declarou na manhã de hoje (16) que há risco de novos desmoronamentos. De Marco explicou que o problema é estrutural. Segundo ele, no local há barrancos laterais que foram feitos há mais de 25 anos, o que causa problemas de fadiga do material e até infiltração, com as chuvas.

Segundo o vendedor Olímpio Ramiro, 48 anos, o que falta é manutenção. Conforme ele, o desmoronamento da semana passada foi em consequência das chuvas do ano passado. “Passa o período de chuva e eles não fazem nada, só tomam atitude no ano seguinte quando começa as chuvas de verão novamente”, questiona.

Para o chefe de cozinha Antônio Correia, 62 anos, o que falta é mais respeito pelo dinheiro da população. Ele reclama que mora no bairro Cabreúva há 35 anos é que viu a região crescer. “A cidade cresceu muito, o fluxo de veículos aumentou e o poder público espera primeiro uma barbaridade acontecer para tomar iniciativa”.

Próximo ao Shopping Norte Sul Plaza, onde por diversas vezes houve alagamentos, o eletricista Geraldo Moreira Gonzaga, 51 anos, aconselha que seja feita uma galeria de concreto para evitar que aconteçam novos desmoronamentos.

Até agora já foram usados 100 metros de pedras para depois serem levantadas as paredes de concreto.
Até agora já foram usados 100 metros de pedras para depois serem levantadas as paredes de concreto.
Placas na avenida indicam que pode ocorrer novos desmoronamentos na via.
Placas na avenida indicam que pode ocorrer novos desmoronamentos na via.

“Aqui há um fluxo muito grande de veículos, se não for tomada nenhuma providência cada vez mais o problema vai se agravar”, reclama Geraldo.

Obras - Para que o tráfego pudesse continuar, por conta das obras, foi feito um desvio na Ernesto Geisel no sentido centro-bairro a partir da Euler de Azevedo. Uma equipe da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) está no local orientando trânsito.

O encarregado de obras da empresa Pavitec Construtora Ltda, que presta serviço para a Prefeitura, Ronaldo Bezerra de Oliveira, disse que o serviço de contenção de erosão por enquanto ainda é provisório.

Segundo ele, até agora foram usados 100 metros cúbicos de pedras para, depois, serem levantadas as paredes de concreto. O encarregado disse que ainda não há previsão para terminar a obra. “Tudo depende do tempo”, afirma.

Conforme o secretário de obras, a Prefeitura ainda não sabe quanto vai ser preciso investir para resolver o problema do desmoronamento, já que está em fase de cálculo.

A recuperação vai ser feita com recursos próprios. O secretário ressalta que o problema já ocorre há quatro anos. Entretanto, a Prefeitura tem priorizado regiões que sofrem com alagamentos, o que, segundo ele, não é o caso nesta parte da avenida.

“Não temos recursos. Eles são para outras regiões que sofrem com alagamentos e enchentes. Ninguém vai saber quando vai cair. Estamos fazendo um trabalho de manutenção. Não tem como arrancar quase 10 quilômetros de canal. A área vai ser monitorada. Pode ser que caia outras. Precisaria de uma empresa especializadíssima em concreto para saber”, finaliza De Marco.

Próximo ao Shopping Norte Sul Plaza, onde por diversas vezes já foi alagado, moradores aconselham que seja feita uma galeria de concreto para evitar que aconteçam novos desmoronamentos.
Próximo ao Shopping Norte Sul Plaza, onde por diversas vezes já foi alagado, moradores aconselham que seja feita uma galeria de concreto para evitar que aconteçam novos desmoronamentos.
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