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Capital

Moto danificada em confusão com tiros foi penhorada por dívida de R$ 6,9 mil

Desde 2012, professor tenta receber dívida com homem que deu 2 tiros em cliente de hamburgueria

Adriano Fernandes e Marta Ferreira | 01/06/2021 20:59
Moto danificada em confusão com tiros foi penhorada por dívida de R$ 6,9 mil
 Charl Corrêa Samha, quando foi autuado na delegacia. (Foto: reprodução do auto de prisão)

A moto Harley-Davidson do professor Charl Corrêa Samha, de 45 anos, que foi danificada em meio à confusão em uma hamburgueria no Centro da Capital, já esteve na mira da justiça para ser usada no pagamento de uma dívida de R$ 6,9 mil. Quem tenta receber o dinheiro desde o ano de 2012 é um também professor, de 38 anos, que nesta terça-feira (1º) quatros dias depois de Charl ganhar as manchetes como autor da tentativa de homicídio no estabelecimento, voltou a cobrar a dívida na justiça.

Conforme processo que tramita na 1ª Vara do Juizado Especial do Tribunal de Justiça, naquele ano o professor que move a ação, recebeu dois cheques sem fundo assinados por Corrêa, no valor de R$ 1 mil cada um. No processo, não consta o porque do pagamento. Depois de três anos sem conseguir receber o dinheiro o caso foi parar na justiça, em 2015, quando o valor da dívida com juros era de R$ 3.263,10. De lá para cá foram sucessivas as tentativas de conciliação, sem sucesso.

Em 2017 Corrêa chegou a oferecer equipamentos de sua academia para penhora, mas a defesa do autor da ação apontou inconsistências quanto ao cálculo dos bens dados como garantia, e ressaltou que eles não atendiam os interesses do outro professor.

Em fevereiro de 2018 quando a dívida já estava em R$ 4.222,07 o autor da ação conseguiu na justiça o direito a penhora de uma motocicleta Honda/CB 400 que pertencia ao professor. Entretanto, o veículo nunca foi encontrado pelo oficial de justiça.

Em agosto daquele mesmo ano o juízo da 1ª Vara do Juizado Especial da Capital também deu o direito à penhora da Harley Davidson/FXD de Corrêa, mas novamente nem ele ou a moto importada foram localizados para intimação.

Até quem em maio de 2020 o juiz Vitor Luís de Oliveira Guibo, da 1ª Vara do Juizado extinguiu a ação, considerando que não foram encontrados bens passíveis de penhora e nem se sabia qual o paradeiro do devedor. A defesa ainda tentou recorrer da decisão 3ª Turma Recursal Mista, mas o pedido foi novamente negado por unanimidade.

Contudo, nesta terça-feira (1º) após Charl Corrêa Samha virar notícia por dar dois tiros em um homem de 36 anos no Centro da Capital o professor, que há mais de 8 anos tenta receber a dívida, voltou a cobra o valor na justiça. Na nova petição a defesa do autor da ação dá prazo de 15 dias para que Corrêa pague o valor corrigido de R$ 6.974,41 mil, referentes ao saldo devedor. O pedido ainda aguarda apreciação do juizado especial.

O caso - A confusão aconteceu na madrugada do último sábado (dia 29), na Rua José Antônio, região central de Campo Grande. Charl chegou ao estabelecimento numa motocicleta Harley-Davidson e se desentendeu com um cliente da hamburgueria, por volta da 1h. Ele foi contido por outros pessoas e a pedido de um dos donos do estabelecimento, deixou o local, mas avisou que retornaria. Cerca de 15 minutos depois, ele voltou alterado e armado com revólver o que resultou em uma confusão generalizada.

Ao tentar tirar a arma da mão do suspeito o homem, de 36 anos, acabou levando dois tiros na altura do peito. Mesmo ferido, o rapaz e Charl se agrediram, caíram em cima da motocicleta do atirador, que havia sido danificada por clientes revoltados com a situação.

No meio da confusão o revólver calibre 38 usado pelo suspeito sumiu. Charl ainda tentou deixar o local, mas não conseguiu. Ele foi segurado por testemunhas, acabou agredido na ação e preso em flagrante. Já a vítima foi socorrida por quem estava no local e levada à Santa Casa, onde recebeu alta horas depois.

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