Número de detentos trabalhando em presídio da Capital triplica em um ano
Atualmente são mais de 25 frentes entre remunerados e não remunerados somente no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho
O número de detentos trabalhando neste fim de ano chegou a 725 no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande, praticamente triplicando em comparação o mesmo período do ano passado, quando eram 250 reeducandos, segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
A ocupação, prevista na Lei de Execução Penal, é considerada uma das principais ferramentas de ressocialização.
Atualmente são mais de 25 frentes entre remunerados e não remunerados, como cozinha industrial, padaria, produção de cadeiras de fio, fábrica de gelo, confecção de prendedores de roupas, costura de uniformes, tapeçaria, serralheria, serviços de manutenção, barbearia, confecção de bolas esportivas, faxina, entre outros.
A última parceria da Agepen foi com a empresa PrendeBem, implantada há cerca de três meses, que conta com 380 internos na confecção de prendedores de roupas, que vai desde a montagem ao embalamento. Saulo João Barbosa de Oliveira, de 37 anos, afirma que o trabalho ajuda. “Recebemos remição e remuneração”, diz.
O diretor do presídio, Mauro Augusto Ferrari de Araújo, explica que a ocupação dos detentos reduz custos no tempo de custódia e tem impacto diretamente na disciplina do detento.
“O interno que trabalha sabe que se cometer uma falta vai perder essa oportunidade, vai perder remição e vai demorar mais para ir embora, então isso acaba influenciando para o bom comportamento, além de ser uma forma de ocupar a mente e possibilitar uma profissão quando deixar a prisão”, defende.
A expectativa do diretor para o ano que vem é de contar com pelo menos mil custodiados até o primeiro trimestre. Dados da Divisão do Trabalho da Agepen apontam que 37% da massa carcerária trabalha, sendo mais da metade em atividades remuneradas, resultado de 195 parcerias com empresas e instituições públicas.