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Capital

Pai de detenta reclama de atendimento médico em presídio onde houve rebelião

Aliny Mary Dias e Renan Nucci | 20/10/2014 11:29
Antonio se revolta com falta de atendimento à filha que está detida (Foto: Marcos Ermínio)
Antonio se revolta com falta de atendimento à filha que está detida (Foto: Marcos Ermínio)

Depois da rebelião que envolveu 400 detentas do presídio feminino Irmã Irma Zorzi, na manhã desta segunda-feira (20), provocada pela morte de uma detenta de 39 anos, parentes de presas reclamam do atendimento médico oferecido para as detentas.

O aposentado Antonio Aparecido Jesus de Oliveira, 60 anos, é pai da detena Viviane de Oliveira, de 18 anos, e diz que a filha está há dias com problemas de saúde e não é atendida por equipes ambulatoriais do presídio.

“Ontem eu vim visitá-la e ela estava com febre, dor de cabeça e vômitos. Ninguém atendeu minha filha e eu estou preocupado porque até onde eu sei as presas que entram aqui não são examinadas, tenho medo de minha filha ter contraído alguma doença infecciosa”, desabafa o pai.

Depois que soube da rebelião, na manhã de hoje, Antonio foi até o Fórum do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para procurar orientação. “Quero levar medicamento para a minha filha, fui atrás dessa autorização”, completa.

Mais uma detenta foi socorrida, ao todo quatro precisaram de atendimento (Foto: Marcos Ermínio)
Mais uma detenta foi socorrida, ao todo quatro precisaram de atendimento (Foto: Marcos Ermínio)

Viviane foi presa por envolvimento com assalto e o pai dela teme que a filha possa ter agravamento no quadro de saúde. O idoso até citou o ebola e a febre Chikungunya como doenças que poderiam acometer a filha.

Mais uma detenta foi retirada de dentro do presídio para atendimento médico. A mulher sofreu fratura em uma das pernas e foi encaminhado pelo Corpo de Bombeiros até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. Ao todo, quatro detentas foram socorridos após a reunião.

O diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração Penintenciária), coronel Deusdete Oliveira, negou qualquer falha no atendimento médico para as detentas. Segundo ele, uma equipe ambulatorial atende as mulheres de segunda a sexta-feira e no fim de semana uma equipe de escola fica de prontidão para transporte de urgência até unidades de saúde.

Rebelião - A rebelião envolvendo as 400 detentas do presídio foi desencadeada na manhã de hoje depois da morte da presa Leda Barbosa Loredo, 39 anos. Ela já possuía um quadro de problema renal grave e era detenta desde 2012, inclusive, já foi submetida à sessões de hemodiálise.

Batalhão de Choque da PM faz pente-fino na unidade (Foto: Marcos Ermínio)
Batalhão de Choque da PM faz pente-fino na unidade (Foto: Marcos Ermínio)

À noite do mesmo dia, o estado de saúde de Leda piorou e ela precisou ser socorrida até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, que fica ao lado do presídio. A detenta foi medicada e liberada de volta para o presídio.

No sábado, Leda voltou a a passar mal e dessa vez foi encaminhada pela escolta da Polícia Militar até a Santa Casa da Capital. A detenta passou a noite de sábado para domingo (19) internada no hospital. Depois de receber alta médica, Leda voltou para o presídio.al na sexta-feira (17) e foi atendida por uma equipe ambulatorial do próprio estabelecimento penal.

Por volta das 6 horas de hoje, no entanto, as detentas encontraram Leda morta na cela e iniciaram à revolta que terminou na rebelião. “Ela não exercia nenhum tipo de liderança entre as detentas”, afirma Deusdete. As causas da rebelião ainda são apuradas, mas a morte de Leda é apontada como a principal causa da rebelião.

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