Para garantir o Natal, teve quem dormisse na rua à espera do Feirão do Cincão
Chegada às 21h30 garantiu o primeiro lugar na fila da Avenida Ernesto Geisel
De longe, desde cedo, era possível ver a fila na Avenida Ernesto Geisel, que chegava perto do quarteirão, como é de costume no Feirão do Cincão da AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer). Por conta da tradicional procura pelo evento, houve quem optasse por chegar durante a noite ou madrugar para garantir um melhor lugar, tudo para garantir os presentes de fim de ano da família.
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O tradicional Feirão do Cincão da AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) atraiu centenas de pessoas em Campo Grande. Com filas que começaram a se formar na noite anterior, o evento ofereceu produtos a partir de R$ 5, incluindo roupas, brinquedos e utensílios domésticos. Entre os destaques, eletrodomésticos com pequenas avarias foram comercializados a preços acessíveis, como geladeiras a R$ 100 e fogões a R$ 90. A organização implementou uma fila exclusiva para idosos, demonstrando preocupação com o público mais vulnerável.
Os portões serão abertos às 8h, mas, muito antes disso, a operadora de caixa Érica Cristina Pereira, 47 anos, já estava na fila. Do Taquarussu, ela foi a primeira a chegar, às 21h30, acompanhada do marido, Jhonatan Lopes, 44 anos.
Apesar da madrugada com temperatura amena, o dia amanheceu quente, chegando a 26ºC nas primeiras horas. Para aguentar, o casal levou cadeira, colchão, travesseiro, coberta, água e boné. Os dois se revezavam dormindo no veículo e ficando atentos ao lugar na fila, tudo para garantir os brinquedos para os cinco netos, com idades de 1 a 13 anos. “O que o dinheiro der, a gente tá comprando”, disse Jhonatan.
O aposentado Geraldo Damasceno, 84 anos, foi o primeiro a chegar na fila dos idosos, às 2h30. “Dormi em casa antes de vir; não queria dormir na fila”, contou. Para espantar o sono e o cansaço, sentava-se na calçada ou dava umas voltas pelo quarteirão. Com ele estava a esposa, Maria Aparecida Damasceno, 58 anos, que fazia companhia até ir para a fila regular. Os dois saíram do Jardim Tarumã com a missão de comprar presentes para os filhos, que moram em São Paulo, mas também devem olhar o preço da geladeira.
Quem também chegou com a família foi a estudante Kimberly Nahiely, 16 anos. Ela mora no Jardim Cerejeiras e foi ao feirão com a mãe, o namorado e a filha de 3 meses, Jasmim. A família acordou às 3h, mas só conseguiu chegar às 5h. A demora foi por conta da dificuldade em encontrar motorista de aplicativo.
Kimberly não tem nenhum produto específico em mente, mas vai direto às roupinhas de bebê para ver as ofertas. “Tem que ser rápida e ter olho clínico ao entrar”, avaliou.
Além dos itens a R$ 5 dentro do salão, como roupas, brinquedos, material escolar, calçados e utensílios domésticos, do lado de fora também há eletrodomésticos e outros produtos de cozinha, com preços variados. A organização explicou que os produtos podem ter pequenas avarias, o que é avisado com antecedência.
Na lista há cortador de grama a R$ 150, panelas a R$ 20, fogão a R$ 90, geladeira a R$ 100 e jogo de sofá a R$ 330.
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