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Capital

“Pior ferro-velho” de Campo Grande virou lixão a céu aberto no Guanandi

Presidente do bairro tenta limpeza e lamenta: “o seu Zé não tem jeito”

Por Aline dos Santos e Gabi Cenciarelli | 29/06/2025 11:25
 “Pior ferro-velho” de Campo Grande virou lixão a céu aberto no Guanandi
Lixão invade a Rua Jatobá, no Bairro Guanandi, em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

O que já recebeu o título de “pior ferro-velho” da cidade agora é um lixão a céu aberto na Rua Jatobá, no Bairro Guanandi, em Campo Grande. O relato corrente na vizinhança é de que que o morador, um idoso acumulador compulsivo, está preso há 15 dias. Ninguém soube informar o motivo da prisão.

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O que foi considerado o "pior ferro-velho" de Campo Grande se transformou em um lixão a céu aberto no Bairro Guanandi. O morador, um acumulador compulsivo de 77 anos, está preso há 15 dias, mas a razão de sua detenção não foi esclarecida. Em 2023, ele foi denunciado após a descoberta de motocicletas furtadas em seu terreno. Os moradores relatam que a situação de acúmulo de lixo é antiga e gera problemas de saúde e segurança, como a presença de ratos. A comunidade também contribui para o descarte irregular de resíduos. O presidente do bairro, Rafael Alves de Oliveira, busca soluções junto à prefeitura, enquanto a audiência do morador está marcada para outubro.

Em março de  2016, José Ferreira da Silva, foi preso por manter o local tomado por lixo e sucata. Na ocasião, o Campo Grande News divulgou que a força-tarefa para a limpeza incluiu até o Exército.

 “Pior ferro-velho” de Campo Grande virou lixão a céu aberto no Guanandi
Cones alertam para montanha de lixo em rua do Bairro Guanandi. (Foto: Marcos Maluf)

O aposentado Otávio Lopes, 77 anos, conta que o problema persiste há décadas. “A vida toda ele acumulava lixo, dormia dentro de um carro velho. Tinha uma casa de madeira que ele construiu na época em que vivia com a família: a esposa e duas filhas. Mas elas abandonaram tudo. Depois disso, ele ficou sozinho e foi só acumulando”, diz o aposentado.

Maria de Lourdes, 53 anos, conta que ela e um sobrinho do morador venderam carros do ferro-velho, que ele mantinha no terreno e na rua, para custear os honorários com os advogados.

“É uma pessoa de bom coração. Às vezes, o pessoal em situação de rua não tinha onde dormir, então ele deixava dormir nos carros. Um carro para cada um”, conta Maria.

 “Pior ferro-velho” de Campo Grande virou lixão a céu aberto no Guanandi
Maria conta que as pessoas aproveitam para fazer o descarte irregular de lixo. (Foto: Marcos Maluf)

Sobre o lixão, ela diz que além do perfil acumulador do morador, as pessoas aproveitam para fazer o descarte irregular de lixo. “O povo da comunidade também aproveita. Se tem um guarda-roupa, colchão, qualquer lixo, eles jogam”.

Maria reclama que a situação traz insegurança e infestações de animais. “Minha casa está cheia de rato por causa disso. Muito entulho. Os ratos vêm das casas vizinhas. Tem rato enorme”. Ela relata que a neta estuda no período noturno e evita passar pelo trecho do lixão.

 “Pior ferro-velho” de Campo Grande virou lixão a céu aberto no Guanandi
Placa com a pichação 1533, alusiva à facção criminosa PCC. (Foto: Marcos Maluf)

Presidente do Bairro Guanandi, Rafael Alves de Oliveira afirma que o acúmulo de lixo pelo morador é um problema antigo, com vários episódios de limpeza. “Ele deu uma carta autorizando a venderem a reciclagem e jogaram para a rua. Estou em contato com a prefeitura para ver o que podem fazer. O Seu Zé não tem jeito”, diz Rafael.

No ano de 2023, o idoso de 77 anos foi denunciado após duas motocicletas furtadas serem encontradas no ferro-velho. Ele alegou que comprou um pacote de sucata e não sabia do crime. A audiência deste processo está marcada para outubro.

Na via, postes e placa traz as inscrições “1533”. A numeração é associada à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Os terrenos tomados pelo lixo na Jatobá ficam entre as ruas Caramuru e Túlio Alves Tito.

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