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Capital

Polícia indicia seis pela morte de agente e envia relatório à Justiça

Renan Nucci | 18/03/2015 10:53
Agente foi executado no local de trabalho, na manhã de 11 de fevereiro. (Foto: Marcelo Calazans)
Agente foi executado no local de trabalho, na manhã de 11 de fevereiro. (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado Weber Luciano de Medeiros, da DEH, trabalhou em conjunto com o Garras e o Choque. (Foto: Marcos Ermínio)
Delegado Weber Luciano de Medeiros, da DEH, trabalhou em conjunto com o Garras e o Choque. (Foto: Marcos Ermínio)

A  Polícia Civil concluiu a última etapa das investigações acerca da morte do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, 44 anos, ocorrida no dia 11 de fevereiro, em Campo Grande. O inquérito, encerrado na semana passada e encaminhando à justiça, conta com mais de 200 páginas relatando que a vítima foi morta por engano no lugar de outro colega. Os seis envolvidos já estão presos.

De acordo com o delegado Weber Luciano de Medeiros, da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) existem provas irrefutáveis sobre a motivação, elaboração e execução do plano por parte de Marcelo da Silva Gonçalves, o Buguinho, 33 anos, Robson Silva dos Santos Souza, o Robinho,22, Rafael de Oliveira Batista, Lobinho, 22, Walter Alexandre de Castro Corrêa, 44, Sérgio Corrêa da Silva, 25, e Rafael Pimentel Duarte, 32, o Rafinha da Máxima, detento da Penitenciária de Segurança Máxima da Capital.

Todos foram presos em ação conjunta realizada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), Batalhão de Choque da Polícia Militar e DEH. “Está tudo bem detalhado. Ao longo das investigações descobrimos como se deu a participação de cada um deles. Todos os indícios foram materializados com diligências e análises periciais, como o exame de microcomparação balística, e agora aguardamos a ação do judiciário”, disse o delegado.

O crime aconteceu no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado, na Vila Sobrinho, local de trabalho da vítima. De acordo com Weber, a motivação foi o fato de que Buguinho estava descontente com o tratamento recebido por parte de um dos agentes. “Ele exigia algumas regalias, mas como não era atendido, acabou criando um a rixa com um dos servidores e, juntamente com outros colegas do semiaberto, elaborou o plano para matá-lo. Antes, pediu aval do Rafinha da Máxima, que autorizou a execução”, explicou.

Engano - No dia da execução, Robinho, responsável pelos disparos, não encontrou o alvo que procurava e por isso atirou em Carlos. “A rixa, na verdade, era com um colega de Carlos. De qualquer maneira, eles queriam punir os agentes que cumpriam suas funções e não beneficiavam os detentos de maneira irregular. Os presos queriam mordomias e se revoltaram com o tratamento que achavam que deveria ser melhor”, ressaltou.

Plano – No dia 11 de fevereiro, por volta das 5h40 da madrugada, três autores chegaram à Casa do Albergado, de moto. Robinho desceu armado, foi até a receptação e atirou cinco vezes contra a vítima que não pôde se defender. Em seguida fugiu em uma moto pilotada por Buguinho. Os dois recebiam cobertura de Rafael Lobinho, que esperava por perto, também armado, pronto para agir caso fosse necessário – ele foi o responsável por esconder as roupas do atirador.

Durante as investigações a polícia descobriu que Walter guardou as armas em seu estacionamento que fica perto da unidade. “Isso facilitou a ação deles”, comentou. Sérgio, foragido até então, cedeu uma das armas usadas, enquanto que Rafinha da Máxima coordenou e autorizou a ação. Os seis foram presos rapidamente, em aproximadamente 48 horas. Os fatos geraram revolta por parte dos servidores da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) que cobram melhores condições de trabalho, entre elas o uso de equipamentos de segurança e aumento do efetivo.

Armas utilizadas no crime foram apreendidas pela polícia. (Foto: Marcos Ermínio)
Armas utilizadas no crime foram apreendidas pela polícia. (Foto: Marcos Ermínio)
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