Presa, dona de hotel é acusada de permitir uso de drogas no local
Além da dona do hotel, outras pessoas foram detidas. Situação foi verifica durante investigação de desaparecimento de um advogado
A proprietária do Hotel Caymã, localizado no cruzamento das ruas Calógeras e 26 de Agosto, foi presa nesta quarta-feira (14) sob a suspeita de auxiliar ao tráfico de drogas, além de receptação de produtos.
Conforme a polícia, Lúcia Arfanio, de 39 anos, permitia que no local acontecesse o uso liberado de drogas. Além disso, ela foi encontrada com produtos receptados no hotel. A pena nestes casos pode variar entre cinco e 15 anos.
O garoto de programa Darlon Alves Lemos, de 22 anos, que morava no hotel, também foi preso, por tráfico de drogas e estelionato.
A polícia chegou ao hotel após o desaparecimento de um advogado de 36 anos, que estava desde domingo (11) em Campo Grande, e foi encontrado nesta quarta. Ele é de Santos (SP) e veio para a Capital prestar o concurso da Defensoria Pública.
Conforme o relato do próprio advogado para a polícia, após fazer a prova, ele foi ao hotel onde estava hospedado, próximo à rodoviária, onde conheceu um grupo de pessoas e foi até um bar da cidade. De lá, ele seguiu sozinho na rua, onde consumiu bebidas alcoólicas e pasta base.
Ainda na rua, ele pediu para um andarilho a indicação de onde poderia comprar mais drogas. O andarilho o levou até Darlon, que o levou para o Hotel Caymã. Lá, o advogado continuou o consumo de drogas.
Para comprar mais, o advogado foi até o banco com Darlon, onde sacaram R$ 250. Posteriormente, ele ofereceu o cartão de crédito para o garoto de programa, que gastou R$ 4 mil comprando produtos de beleza, seis celulares e roupas. Parte destes materiais foi vendida para Lúcia, dona do Caymã.
A família do advogado, preocupada com o desaparecimento, registrou boletim de ocorrência em Santos, que entrou em contato com o hotel onde ele estava hospedado anteriormente. Nesta manhã, ele retornou ao local, e a polícia foi chamada, conseguindo esclarecer o caso.
Por conta dos relatos, os policiais foram ao Hotel Caymã, e lá encontraram mais duas pessoas dentro de um quarto, consumindo drogas.
Durante a abordagem, Fernando Henrique Rachid, de 19 anos, chegou ao local vendendo xampus e desodorantes, oferecendo os produtos para um dos investigadores no local. Ele revelou que usaria o dinheiro para comprar drogas. Tanto Fernando quando as duas pessoas que consumiam droga foram presos. Os três confessaram à polícia que no Caymã é comum o uso de entorpecentes.
Em conversa com a reportagem do Campo Grande News, o garoto de programa Darlon contou que é usuário há 13 anos, e se prostitui há oito. Darlon disse que não forçou a situação e que o advogado deu a carteira voluntariamente. “Se pudesse, repetiria a dose”, revelou.
O advogado, que também foi detido, assinou um termo e será liberado. Conforme alguns policiais, ele aparentava ainda estar sob o efeito de drogas. Um representante da Comissão de Direitos de Prerrogativas da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanha o caso para que os direitos do advogado sejam respeitados.