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Capital

Primeiro CTI faz 40 anos e reduziu em 70% mortes de pacientes

Zana Zaidan | 15/07/2014 16:20
UTI da Santa Casa tem 92 leitos, e atende de traumas ortopédicos a queimados (Foto: Marcelo Calazans)
UTI da Santa Casa tem 92 leitos, e atende de traumas ortopédicos a queimados (Foto: Marcelo Calazans)

No ano de 1974, tempo em que dificilmente vítimas de acidentes de trânsito ou pacientes com pneumonia sobreviviam, a inauguração do CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Campo Grande mudou a vida de muita gente e foi um marco para a saúde de Mato Grosso, na época uno.

No dia 16 de julho, a atual Capital de Mato Grosso do Sul foi uma das primeiras cidades do Brasil a receber o espaço para acolher pessoas em estado grave e com poucas chances de vida. Eram seis leitos de UTI, com todos os equipamentos necessários para dar suporte às funções vitais enquanto os pacientes se recuperam.

Apenas três anos antes, o único hospital a ter uma unidade intensiva era o Sírio Libanês, em São Paulo, conforme levantamento da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), mantenedora da Santa Casa.

“Antes da chegada da UTI, muitas vidas se perdiam. Pacientes críticos não sabiam como proceder, então, simplesmente esperavam a morte. Os que buscavam socorro médico, em muitos casos não tinham como ser mantidos até o atendimento”, conta o atual presidente da ABCG, Wilson Levi Teslenco. Ele explica que depois dos Centros os óbitos foram reduzidos em 70%.

Teslenco espera por recurso do SUS, emperrado em Brasília, para abrir novos leitos (Foto: Marcelo Calazans)
Teslenco espera por recurso do SUS, emperrado em Brasília, para abrir novos leitos (Foto: Marcelo Calazans)
Coordenador da UTI, Saves afirma que 70% dos pacientes são vítimas do trânsito e idosos (Foto: Marcelo Calazans)
Coordenador da UTI, Saves afirma que 70% dos pacientes são vítimas do trânsito e idosos (Foto: Marcelo Calazans)

Obstáculos - Quarenta anos depois, o número de leitos saltou para 92, quantidade que está longe de ser a ideal, avalia o coordenador do CTI da Santa Casa, o médico Daniel Juan Saves. Somente na tarde de hoje, afirma, 11 pacientes aguardavam um dos leitos vagar para conseguir internação.

Junto com outros fatores - como os altos custos operacionais - a demanda de pacientes, maior que a oferta de leitos, é um dos principais problemas da rotina do hospital.

“Nenhum ser humano deveria aguardar por uma vaga na UTI, porque não se trata de uma fila de cinema, é um paciente, que precisa de cuidados urgentes e intensivos. Mas é uma realidade não só do nosso Estado ou do Brasil, mas de vários países”, considera Saves, que há 12 anos saiu de La Plata, na Argentina, para se dedicar à Santa Casa.

Diante da fila, o hospital, garante Teslenco, estabelece rígidos critérios para definir qual paciente terá vaga na UTI. “São priorizados de acordo com a necessidade e emergência. Um sistema avalia desde a idade até a enfermidade, e estabelece aquele que precisa mais”, esclarece.

O “socorro” - R$ 7 milhões - que podem por fim à espera, acrescenta o presidente, está emperrado em Brasília, sem previsão de liberação. “Falta uma assinatura”, explica, e atesta que a ABCG está em dia com as obrigações para receber o recurso do Ministério do Saúde, para reforma, aquisição de novos equipamentos, e abertura de novos leitos.

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