ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 30º

Capital

Problema antigo, Bairro Santo Antônio vira lago quando chove

As chuvas fortes que atingiram Campo Grande na quarta-feira (3) e na quinta-feira (4) alagaram casas, comércios e ruas

Izabela Sanchez | 05/10/2018 11:24
O quintal da casa do cozinheiro Cláudio Cesar Lopes, na Rua Leônidas de Matos (Direto das Ruas)
O quintal da casa do cozinheiro Cláudio Cesar Lopes, na Rua Leônidas de Matos (Direto das Ruas)

Móveis perdidos, alimentos estragados e ruas intransitáveis. É a situação do bairro Santo Antônio, na região norte de Campo Grande, quando chuvas fortes atingem a cidade. Os moradores lidam com o problema há anos e acumulam prejuízos. Os bueiros e bocas de lobo, afirmam, nunca são limpos. Outra queixa é sobre a obra de duplicação da Avenida Júlio de Castilho, que, segundo eles, piorou a situação.

Renata Arakari, 39, vive na Rua Leônidas de Matos, uma das vias que alagam. Renata explica que a água desce do bairro Santo Amaro e não encontra escoamento. “Todo ano acontece a mesma coisa”, reclama. A pensionista e a família limparam a casa até às 2h. “Antigamente vinha até tampa de caixão para cá”, relata.

Enquanto mostrava a infiltração e os móveis estragados, Renata comenta que não tem condições de substituir os móveis. Ela afirma que os moradores sempre cobraram da administração municipal, mas a limpeza não é realizada.

“O pessoal coloca as casas para vender porque não quer mais. Quem tem casa para alugar não consegue. Tem índice alto de dengue e leishmaniose, o esgoto sobe e sai no banheiro. Nós fazemos empada, molhou todos os ingredientes”, conta. O prejuízo, avalia, supera os R$ 1 mil.

Confia o vídeo dos locais alagados no bairro Santo Antônio:

“É ruim porque não dá pra passar de carro. Ontem mesmo ficou um carro parado na rua”, contou a aposentada Elaine Aparecida Eloy, 51.

Manoel Martins Freire Filho, 53, tem uma loja de móveis no cruzamento da Avenida Júlio de Castilho com a Rua Presidente Vargas. A água entrou no local, inundou e molhou os móveis, segundo ele relatou. O comerciante calcula ter perdido R$ 3 mil. “O que for de móveis MDF prejudicou tudo. Todas as vezes acontece isso, depois que mexeram na Júlio de Castilho”, afirma.

O cozinheiro Cláudio Cesar Lopes, 29, acordou com os cachorros chorando, quase afogados no quintal. “Tive que colocar dentro de casa e olhar o fundo. Minha máquina centrífuga estava até a metade de água e acho que perdi. Minha varanda ficou toda enlameada”.

O militar aposentado Tomaz Jacquet, 65, vive na Rua Leônidas de Matos ao lado da filha, que viu todos os móveis, recém comprados, ficarem completamente molhados, alguns sem recuperação.

“Quando chove a água vai entrando, chega na sala e para tudo que é lado. O sofá está molhado, já era”, conta o militar. “Ficou pior depois que construiu o Atacadão, a água bate ali e não segue, ela se aglomera. Terreno é caro e pagamos IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) altíssimo”, reclama.

O militar aposentado Tomaz Jacquet, 65, mostra a Rua que ficou completamente alagada (Izabela Sanchez)
O militar aposentado Tomaz Jacquet, 65, mostra a Rua que ficou completamente alagada (Izabela Sanchez)

A Rua Taquari vira um lago e ninguém consegue passar pelo local, além da água invadir comércios e casas. Funcionário de uma distribuidora de gás, Jodair Manetti, 60, afirmou que os trabalhadores ficam durante toda a tarde de quinta-feira limpando o local e retirando a água. “Esses bueiros devem estar todos entupidos”. Ele afirma que a água subiu cerca de 30 cm.

Sueli Barbosa e Edna Cavalcante vivem na Rua Afrânio Peixoto, onde é localizada a Escola Municipal Manoel Inácio de Souza. As crianças que estudam lá, contaram, ficam ilhadas quando o volume de chuva é grande, já que a via fica completamente alagada.

“Teve uma senhora que teve que levar uma criança da escola nas costas”, contou.

Confira a galeria de imagens:

  • Móvel da sala de Renata ficou estragado após a chuva (Izabela Sanchez)
  • O guarda roupa também ficou prejudicado (Izabela Sanchez)
  • A água que invadiu a varanda entortou o portão (Izabela Sanchez)
  • Casa já registra infiltração (Izabela Sanchez)
  • Resto da água que alagou a Rua Taquari, no bairro Santo Antônio (Izabela Sanchez)
Nos siga no Google Notícias