ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Que sirva de lição, querem autoridades sobre punição no Caso Mayana

Nadyenka Castro e Fernando da Mata | 02/03/2012 16:15

O caso mostrou à sociedade em geral que situações de desrespeitos às leis podem sim terminar sem impunidade

Anderson, de camisa branca, foi condenado à prisão e também perdeu o direito de dirigir. (Foto: Marlon Ganassin)
Anderson, de camisa branca, foi condenado à prisão e também perdeu o direito de dirigir. (Foto: Marlon Ganassin)

As leis existem para que o convívio em sociedade seja harmonioso. Por isso é fundamental respeitá-las. E quando acontecem situações de desrespeito às normas o que a maioria das pessoas espera é punição aos responsáveis para que sirva de exemplo para que outros não repitam os mesmos erros.

O caso de Anderson de Souza Moreno, condenado a 18 anos e 9 meses de prisão na última quarta-feira por ter sido o responsável pelo acidente que resultou na morte de Mayana Almeida Duarte, não serviu só como exemplo jurídico. Mas também mostrou à sociedade em geral que situações de desrespeitos às leis no trânsito podem sim terminar sem impunidade.

“É um divisor de águas e abre precedente muito bom. Serve de caráter pedagógico para o condutor que usa via pública para colocar em risco a vida das pessoas Precisamos viver novo momento de cidadania no trânsito de Campo Grande”, fala o comandante da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito), tenente-coronel Alírio Vilassanti.

“Acredito que fortalece nossas ações na medida em que a Justiça age de forma mais rigorosa”, complementa Alírio, referindo-se às campanhas educativas e fiscalizações preventivas.

Para a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Ivanise Rotta, a punição a Anderson por ele ter dirigido embriagado, em alta velocidade, fazendo racha e furar sinais vermelhos vai fazer com que os motoristas pensem ‘duas vezes’ antes de dirigir em desacordo com a lei.

“Elas pensarão na punição antes de beber e dirigir e vão procurar alternativas”, disse Ivanise, referindo-se a procura de opções para ‘voltar para casa’ após ter ingerido bebidas alcoólicas. “Se não respeitam o outro pelo menos vai pensar que podem ir à cadeia”, declara.

Após o racha, Anderson continou em alta velocidade e bateu no carro de Mayana. O dele foi parar no canteiro central, danificou meio fio e destruiu banco de concreto. O dela foi parar no meio da quadra, também no canteiro. (Foto: Simão Nogueira)
Após o racha, Anderson continou em alta velocidade e bateu no carro de Mayana. O dele foi parar no canteiro central, danificou meio fio e destruiu banco de concreto. O dela foi parar no meio da quadra, também no canteiro. (Foto: Simão Nogueira)

O delegado de Polícia Civil Márcio Rogério Faria Custódio, responsável pelas investigações que terminaram com indiciamento de Anderson explica que a condenação do rapaz representou um ‘basta’ da sociedade em relação a crimes de trânsito.

“A gente acredita que com uma martelada dessa a pessoa passe a pensar mais. A sociedade se manifestou para dar um basta na imprudência do trânsito”, declara o delegado.

Para ele, a condenação de Anderson através dos sete jurados representou o desejo da sociedade. “Não é o entendimento de uma pessoa. É a sociedade campo-grandense se posicionando contra a imprudência com extremo rigor”, avalia. “O que as pessoas de bem de Campo Grande esperam, eles [jurados] decidiriam ali [no júri popular]. Ficou um alerta para todo mundo”, finaliza o delegado que chefiou as investigações na fase policial.

Outra punição de Anderson, além da prisão, é a cassação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) dele. Conforme sentença do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o rapaz perde o “direito de dirigir veículo pelo tempo da condenação”. “O Anderson volta a poder dirigir aos 40 anos de idade”, fala o promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, responsável pela acusação.

Racha - O acidente aconteceu na madrugada do dia 14 de junho de 2010 no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua José Antônio. Mayana morreu 10 dias depois.

Momentos antes do acidente, Anderson disputava racha com Willian Jhony de Souza Ferreira. Willian também respondeu a processo por homicídio doloso, mas, durante o julgamento confessou e explicou a disputa entre ele e Anderson.

Diante disso, a acusação de homicídio foi retirada e ele só respondeu aos crimes de trânsito de racha e embriaguez, sendo condenado nos dois.

Nos siga no Google Notícias