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Capital

Restaurantes devem continuar fechados, mesmo com alterações em decreto

Abrasel aponta que alguns empresários podem não achar compensatório abrir para atender apenas 30% dos clientes

Adriano Fernandes | 26/03/2020 22:23
Café Mostarda vazio poucos dias antes do decreto que limita aglomerações. (Foto: Direto das Ruas)
Café Mostarda vazio poucos dias antes do decreto que limita aglomerações. (Foto: Direto das Ruas)

O setor de restaurantes da Capital teme uma piora ainda maior no movimento, caso não sejam adotadas medidas para a recuperação do setor. Desde a última semana, quando foram implementados os decretos com recomendação para evitar a contaminação do novo coronavírus, a queda na procura de clientes foi de 95% segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

As mais novas alterações no decreto que delimita as regras para o funcionamento dos estabelecimentos, também não trazem um horizonte dos mais otimistas para o setor.

Conforme o decreto, os estabelecimentos devem atender somente até 30% da capacidade, adotar normas rígidas de higienização e distanciamento mínimo de dois metros entre as mesas.

“O único ponto positivo é que se manteve a autonomia de cada empresário para ele decidir se vai abrir ou fechar. Os pequenos estabelecimentos que vendem quinhentos, mil reais por dia ainda devem abrir porque precisam vender, mas os maiores restaurantes, provavelmente, irão continuar fechados por que não vai compensar”, comenta Juliano Battistel Kamm, presidente da associação.

O setor sente a diminuição do movimento desde que a prefeitura publicou o primeiro decreto suspendendo, de 21 de março a 5 de abril, o atendimento presencial ao público em estabelecimentos comerciais.

Segundo Juliano os prejuízos até então são “incalculáveis” e não ficam só no âmbito financeiro. Se a situação não melhorar a Abrasel estima que cerca de 15 mil trabalhadores sejam demitidos nos próximos meses. Em todo o país, a associação estima que, sem a ajuda do governo, mil demissões por hora já estão acontecendo.

A expectativa é de que o Governo Federal continue adotando medidas de flexibilização para que a crise não piore. Nesta quinta-feira (26), decreto presidencial incluiu igrejas e casas lotéricas como serviços públicos essenciais.

“Esperamos que o Governo Federal libere recurso para que os funcionários possam se manter enquanto estiverem afastados e que sejam destinados recursos para que os empresários tenham condições de manterem seus negócios”, completa.

Para a ACICG (Associação Comercial de Campo Grande), a limitação de público também deve continuar aumentando o desinteresse da população de sair de casa.

“O empresário vai ter que fazer a conta para ver se compensa abrir. A sensação de pânico, de incerteza sobre o futuro também deixa o consumidor com medo”, comenta o primeiro-secretário da associação, Roberto Oshiro.

Segundo Oshiro, nem mesmo o delivery de alimentos teve um aumento significativo como era esperado, devido aos decretos. “É preciso que o governo tome medidas mais rápidas que finalizem a retomada da economia ao mesmo tempo em que adote os protocolos de segurança e prevenção da pandemia”, conclui.

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