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Capital

Réu por matar criança de 11 anos com bala perdida chora em julgamento

Crime aconteceu nas vésperas do Natal de 2013, quando a criança estava na frente de casa

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 23/08/2018 10:48
Réu chora ao lembrar que matou uma criança de 11 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
Réu chora ao lembrar que matou uma criança de 11 anos (Foto: Henrique Kawaminami)

Durante julgamento que acontece desde as 8h da manhã desta quinta-feira (23), o catador de material reciclável Jefferson Osmar Teixeira Ramão, 30 anos, réu por matar Matheus Garcia Cabral, 11 anos, com bala perdida, chorou ao relembrar do caso. Ele tem quatro filho e dois enteados. O crime aconteceu quase 5 anos atrás, no dia 22 de dezembro de 2013, no Bairro Dom Antônio Barbosa, região sul de Campo Grande.

O alvo dos disparos era Anderson Patrício de Oliveira. À época, segundo a denúncia do Ministério Público, Jefferson e Valmor Martins Cabreira, 31 anos, saíram em um veículo Fiat Palio vermelho em busca de Anderson para matá-lo. Valmor era quem dirigia. O réu, então, avistou a vítima, desceu do veículo próximo à esquina da Rua Adelaide Maia com a Elídio Pinheiro e disparou cerca de seis tiros. Anderson conseguiu correr e se esconder na casa de uma testemunha. Porém, um dos tiros atingiu a cabeça de Matheus que estava em frente de casa.

Jefferson sustenta que foi tiro cruzado. Atirou porque Anderson também disparou várias vezes. Porém, testemunhas negam que houve tiroteio. “A rua é muito escura.  Eu não vi o menino. Isso porque passei em frente à casa dele”, lamentou. Ele contou ainda que após os disparos, saiu correndo e só ficou sabendo que havia matado uma criança quando viu a foto dele estampada nos noticiários. “Foi ai que resolvi me apresentar. Pensei nos meus filhos. Não fugi. Fique o tempo todo em casa”, afirmou.

O réu ficou 1 ano e 7 meses preso no Presídio de Segurança Máxima, mas atualmente responde ao processo em liberdade. Ele disse que chegou a ir à casa de Matheus quando saiu da cadeia, mas os familiares dele havia se mudado do bairro. O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde. Segundo Jefferson, no período em que esteve preso encontrou com o pai da criança na penitenciária, foi julgado pelo “Tribunal do Crime”, mas absolvido. “Só não perdi minha vida, porque o pai dele acreditou em mim”.

Quanto a Valmor, o defensor público Rodrigo Estoqueiro explica que ele não chegou a virar réu, porque não havia indícios da participação dele. Já Jefferson foi denunciado por homicídio,  triplamente qualificado, por oferecer perigo comum, por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima. O réu afirmou que comprou a arma usada no crime após ser ameaçado de morte por Anderson. Na ocasião, Jefferson era casado com Daniele, ex de Anderson.  

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