Sem repasse, Santa Casa pode mandar pacientes menos graves para UPA
A Santa Casa protocolou um ofício na Prefeitura de Campo Grande, nessa terça-feira (1º), dizendo que adotará medidas em razão do atraso no repasse de R$ 3,25 milhões. O dinheiro deveria ter sido entregue na semana passada e o município prometeu regularizar o débito ontem, o que não foi feito.
Conforme a assessoria de imprensa da unidade, uma das possibilidades será restringir o atendimento no pronto socorro dos casos que não sejam de urgência ou emergência, ocasião em que os pacientes podem ser encaminhados às UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
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As cirurgias eletivas, que são agendadas previamente, já haviam sido prejudicadas pelo atraso. O hospital faz em média 50 procedimentos desse tipo por dia. Sem o dinheiro, alguns produtos poderiam acabar, afetando as cirurgias de casos mais graves.
Conforme a diretoria da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), o atraso no repasse tem ocorrido nos últimos três meses, o que deixa a instituição em situação vulnerável, principalmente com relação aos fornecedores de medicamentos, além de atrapalhar o pagamento de médicos.
O hospital trabalha com um déficit de pelo menos R$ 4 milhões todos os meses. O aumento nos repasses mensais para corrigir esse valor tem motivado uma batalha entre a entidade e o poder público, que alega não ter como sustentar esse aumento.
Em contrapartida, a unidade alega que os valores que embasam os repasses estão desatualizados e levam em conta médias e custos antigos de operação.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.