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Capital

Sem táxi no ponto, motorista vê vagas ociosas enquanto tenta parar no Centro

Vagas ficam vazias a maior parte do tempo enquanto motorista pena para conseguir estacionar

Paula Maciulevicius Brasil e Guilherme Correia | 20/02/2021 13:36
Ponto vazio na Calógeras em plena manhã de sábado. (Foto: Kísie Ainoã)
Ponto vazio na Calógeras em plena manhã de sábado. (Foto: Kísie Ainoã)

Enquanto pontos de táxi "seguram" vagas que ficam vazias na maior parte do tempo, motoristas que tentam estacionar no Centro precisam de muita paciência e persistência para dar voltas e voltas à procura de estacionamento.

Na manhã deste sábado, o Campo Grande News saiu às ruas para conversar com motoristas e pedestres nas principais vias do Centro. Trabalhando como caixa em uma loja, a comerciante Amanda Rodrigues, de 21 anos, relata o que vê todos os dias.

"Aqui na rua não tem vaga para estacionar. Não vejo táxis parando aqui, venho de carona sempre, meu marido me deixa ali perto da Barão", conta.

Motoristas aproveitam ausência de táxis e estacionam mesmo. (Foto: Kísie Ainoã)
Motoristas aproveitam ausência de táxis e estacionam mesmo. (Foto: Kísie Ainoã)

Amanda trabalha próximo ao ponto de táxi da rua Barão do Rio Branco esquina com a Calógeras que comporta cinco carros. Quando a reportagem chegou havia um motorista de aplicativo estacionado que saiu antes que pudéssemos abordá-lo.

Em quase 10 minutos parados no local, a equipe não viu nenhum táxi chegar. Sem carros ali, o espaço virou "atalho" para ciclistas e motociclistas que aproveitam para cortar caminho em meio aos carros.

No ponto de táxi em frente ao Alemão Conveniência, na Rua Calógeras quase esquina com a 15 de Novembro, cabem três carros e em menos de 10 minutos, registramos a chegada e saída de quatro táxis fazendo corrida com clientes da conveniência.

Único ponto de movimentação de táxi foi na 15 de Novembro em frente ao Alemão. (Foto: Kísie Ainoã)
Único ponto de movimentação de táxi foi na 15 de Novembro em frente ao Alemão. (Foto: Kísie Ainoã)

Taxista, Miquéias Alves, de 33 anos, explica que desde o início da pandemia baixou muito o movimento e sem Carnaval, a sensação que ele tem é de ter voltado aos dias de quase lockdown.

Os pontos são marcados e definidos por sinalização e documentação. Os táxis precisam ter alvará e tudo regulado junto aos órgãos da Prefeitura. Há dois anos, paravam seis táxis ali, hoje são nove. "A movimentação dos taxistas depende do fluxo de compras no Alemão, então tem vez que num único momento chegam vários passageiros e todos saem ao mesmo tempo", explica Miquéias.

Como sabem que ali a clientela é garantida, até táxis de outros pontos caçam vaga ali, mas seguem a "regra" entre os motoristas. O táxi do ponto chegou, eles precisam dar a vez. A reclamação do taxista gira em torno dos motoristas de aplicativo ou os de uso particular mesmo. "Tem vezes que atrapalha a gente aqui. Alguns motoristas de aplicativo atrapalham o trânsito ou carros comuns mesmo. Atrapalha muito, fazem fila dupla", descreve.

Na Afonso Pena, ponto já virou estacionamento. (Foto: Kísie Ainoã)
Na Afonso Pena, ponto já virou estacionamento. (Foto: Kísie Ainoã)
Edmílson defende que vagas de pontos sejam revistas para que motoristas tenham mais opção de estacionamento. (Foto: Kísie Ainoã)
Edmílson defende que vagas de pontos sejam revistas para que motoristas tenham mais opção de estacionamento. (Foto: Kísie Ainoã)

Na Avenida Afonso Pena, o exemplo é claro nas fotografias. Veículos aproveitam mesmo das vagas destinadas ao ponto e nenhum táxi se faz presente. O que é confirmado pelo motorista de aplicativo, Edmílson Gonçalves, de 50 anos, conta que costuma ver mais carro do que táxi parando no ponto.

"Taxista mesmo são poucos, seria melhor disponibilizar as vagas para os carros normais, porque nem tem tanto táxi disponível parado, na maior parte do tempo eles estão rodando mesmo", afirma.

A falta de vaga no Centro é visível aos olhos e já chegou até a doer no bolso de Edmílson. "É muito difícil aqui no Centro, ali na 15 de novembro no camelódromo, tem uma farmácia com direito de cinco minutos para esperar, quando a gente para na porta, já vão lá multar", pontua.

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