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Capital

Trabalhadores aceitam proposta sobre 13º e encerram greve na Santa Casa

Categorias receberão 50% do benefício nesta quarta-feira e outra metade em 10 de janeiro

Por Jhefferson Gamarra e Gabi Cenciarelli | 23/12/2025 18:15
Trabalhadores aceitam proposta sobre 13º e encerram greve na Santa Casa
Trabalhadores reunidos no saguão da Santa Casa (Foto: Paulo Francis)

Após dias de reuniões e negociações, os profissionais da enfermagem da Santa Casa decidiram aceitar a proposta apresentada pela direção do hospital para o pagamento do 13º salário e colocaram fim às mobilizações realizadas desde o início da semana. O acordo foi confirmado na noite desta terça-feira (23) pelo presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de MS), enfermeiro Lázaro Santana.

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Os profissionais da enfermagem da Santa Casa aceitaram a proposta da direção do hospital para o pagamento do 13º salário, encerrando as mobilizações iniciadas no começo da semana. O acordo prevê o pagamento de 50% do valor nesta quarta-feira (24) e o restante em 10 de janeiro, de forma linear para todos os profissionais. A decisão foi confirmada pelo presidente do Siems, Lázaro Santana, após intensas negociações. O Sintesaúde, que representa as demais categorias do hospital, também aceitou proposta similar. O pagamento será viabilizado com recursos próprios da Santa Casa e apoio do Governo do Estado.

Pelo entendimento firmado, os trabalhadores da enfermagem irão receber 50% do valor do 13º salário já nesta quarta-feira (24), diretamente na conta, e a outra metade no dia 10 de janeiro. O pagamento será feito de forma linear, garantindo o mesmo percentual a todos os profissionais da categoria, independentemente da faixa salarial.

Segundo Lázaro Santana, a proposta foi apresentada de forma específica à enfermagem porque cada sindicato representa a sua categoria, apesar de a mobilização ter ocorrido de maneira unificada com os demais trabalhadores da Santa Casa. “Nós estamos mobilizados em conjunto porque o objetivo é o mesmo, mas cada sindicato representa a sua classe. Nada mais justo do que eu trazer essa informação diretamente para a minha categoria”, afirmou.

O sindicalista relembrou que, desde o início das mobilizações, o encaminhamento era claro: sem proposta ou pagamento, o caminho seria a greve. “O que eu disse para vocês desde o começo? Se não houver proposta, se não houver pagamento do 13º, o encaminhamento é greve. E todo mundo já sabe quais são os trâmites legais para isso: edital, escala de revezamento, tudo para cumprir a lei”, explicou.

De acordo com Lázaro, a reunião se estendeu durante todo o dia justamente porque, até então, não havia nenhuma proposta concreta. Quando a proposta foi apresentada, o presidente do sindicato explicou aos trabalhadores os termos do acordo e as razões para considerá-lo aceitável diante do cenário.

“A proposta inicial da Santa Casa era pagar de baixo para cima, contemplando os menores salários. Parte da enfermagem ficaria de fora, e isso eu não acho justo. Somos uma categoria, tem que ser igual para todo mundo”, disse.

Com a mudança, o hospital passou a oferecer o pagamento de 50% do 13º de forma linear. Lázaro destacou que a enfermagem possui a complementação do piso salarial, paga com recursos federais, o que também foi levado em conta na negociação. “Nós não estamos abrindo mão de direito nenhum. Amanhã cai o 13º da complementação do piso, além de 50% do 13º da Santa Casa”, afirmou.

Ele também ponderou sobre os riscos de prolongar o impasse. “Eu não acho justo a gente perder a oportunidade de contemplar todos os trabalhadores, pelo menos com 50%, correndo o risco de bloqueio de recursos da Santa Casa. É uma proposta, e eu considerei maleável diante da situação”, explicou aos profissionais antes da votação.

Governo garante pagamento da 2ªparcela  - De acordo com o sindicato, os 50% do 13º que serão pagos nesta quarta-feira serão quitados com recursos próprios da Santa Casa, após a instituição conseguir um aporte financeiro de cerca de R$ 4,3 milhões. Já a segunda parcela, prevista para o dia 10 de janeiro, deverá contar com apoio do Governo do Estado.

Segundo Lázaro Santana, a própria direção da Santa Casa informou aos trabalhadores que o governo estadual se comprometeu a colaborar para viabilizar o pagamento do restante do 13º. “Essa é uma garantia que a Santa Casa nos apresentou, e nós temos isso formalizado em documento”, afirmou.

Com a aceitação da proposta, a enfermagem encerrou oficialmente a greve e retomou as atividades de forma integral. “A enfermagem já voltou 100% para o trabalho. Agora vamos aguardar o pagamento. Eu estarei na Santa Casa, passando nos setores, para garantir que todos os trabalhadores recebam aquilo que foi acordado”, concluiu.

Demais trabalhadores – O presidente do Sintesaúde (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS), Osmar Gussi, também confirmou que as demais categorias da Santa Casa aceitaram a proposta apresentada pela direção do hospital, o que encerra a mobilização dos trabalhadores representados pelo sindicato.

Osmar explicou que o Sintesaúde representa os profissionais da saúde que não integram as categorias da enfermagem, médicos, técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos de radiologia e farmacêuticos. Estão incluídos, por exemplo, trabalhadores da limpeza, serviços gerais, administrativos, manutenção, almoxarifado e outros setores de apoio.

Segundo o sindicalista, embora a negociação tenha ocorrido de forma separada entre os sindicatos, a proposta apresentada foi a mesma para todos. “É uma proposta única, mas cada sindicato tem que representar a sua categoria. Por isso foi separado”, esclareceu. De acordo com ele, a proposta foi submetida aos trabalhadores e aprovada por unanimidade.

O acordo também prevê o pagamento de 50% do 13º salário nesta quarta-feira, entre 8h e 10h, e a quitação da outra metade no dia 10 de janeiro. Conforme relatado por Osmar Gussi, também há um compromisso do Governo do Estado de realizar um repasse para viabilizar a segunda parcela. “Caso isso não ocorra, já ficou convencionado que vamos voltar às mobilizações”, afirmou.

Com a aceitação do acordo, o presidente do Sintesaúde confirmou o encerramento das paralisações. “A mobilização acabou”, disse, ao agradecer o apoio dos trabalhadores e destacar o papel da categoria no desfecho das negociações. “O sindicato legaliza o processo, mas quem faz acontecer são os trabalhadores”, concluiu.