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Capital

Tumulto e correria para chegar até o primeiro dia de prova do Enem

Paula Vitorino e Paula Maciulevicius | 22/10/2011 14:36

Exame continua amanhã, com questões de matemática e linguanges e a redação

Candidatos correram para não perder a prova, na Uniderp. (Fotos: Pedro Peralta)
Candidatos correram para não perder a prova, na Uniderp. (Fotos: Pedro Peralta)

A manhã deste sábado (22) foi de muita correria, nervosismo e, para alguns, desespero. Os candidatos ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em Campo Grande enfrentaram congestionamento, falta de coletivo e confusão no local de prova para participar do exame, que para a maioria é a única esperança de ingressar em uma faculdade.

O exame acontece hoje e amanhã em todo o país, às 12h - horário de Mato Grosso do Sul. São 90 questões hoje, com término às 16h30.

Em Campo Grande, são 49.866 inscritos, número oficial segundo errata do Inep divulgada nesta manhã. A maior concentração de estudantes é no campus da Universidade Uniderp/Anhanguera, onde 2.048 estudantes realizam o Enem neste fim de semana.

O cenário ao redor do campus nesta manhã se aproximava ao caos, com congestionamento desde a rotatória da avenida Zahran com Joaquim Murtinho. O local concentrou muitos veículos devido a realização de provas também na Escola Estadual Hércules Maymone.

Não havia nenhum tipo de fiscalização de trânsito aos arredores e o único apito que se ouvia era dos guardadores de carro de estacionamentos particulares.

A estudante Jeniffer Moreno, de 20 anos, que veio do bairro Coophavila 2 com seu próprio carro, teve que estacionar há cerca de quatro quadras da Universidade.

“Cheguei 11h, mas aí fiquei parada lá em cima – no congestionamento – e o jeito foi largar meu carro por aqui mesmo e ir a pé. A gente chega cedo, mas com o trânsito assim não adianta”, reclama.

Quem precisou ir de ônibus para a prova, descia correndo do ponto em frente ao local e disputava espaço entre os carros na avenida Ceará.

Portões fecharam pontualmente ao meio-dia. Muitos candidatos ficaram do lado de fora.
Portões fecharam pontualmente ao meio-dia. Muitos candidatos ficaram do lado de fora.

De fora do portão - E como acontece em todo ano, os portões foram fechados pontualmente ao meio-dia e poucos minutos depois o desespero tomou conta dos atrasados.

A candidata Joscelaine Calisto, de 33 anos, ficou revoltada com a situação e disse ser “uma palhaçada o transporte coletivo para quem precisou sair da periferia”. Ela afirma que saiu de casa às 10h, no bairro Caiobá 2, e mesmo assim chegou depois que os portões já tinham sido fechados.

“Às 10h já estava no ponto, mas só tem um ônibus e passa de 40 em 40 minutos. É uma falta de consideração com as pessoas”, reclama.

No local, outra reclamação entre os estudantes era a falta de informação para localizar o local da prova dentro do prédio. Muitos candidatos, que não foram até o local da prova antes, acharam que a entrada era feita só por um acesso.

A estudante Tâmara Brunello Fialho, de 20 anos, chegou na entrada principal da avenida Ceará, mas ouviu do porteiro que seu acesso devia ser feito pela avenida Ricardo Brandão, cerca de 2 km do local.

Ela recebeu a informação e já começou a chorar, porque não ia conseguir chegar a tempo na entrada correta e onde estava não tinha acesso a sua sala de prova.

A falta de documentos pessoais também deixou muitos candidatos do lado de fora. A estudante Thatyane Cabral Macedo quase perdeu o exame e estava desesperada poucos minutos antes das 12h.

Ela esqueceu a identidade e o pai mandou um moto-táxi para lhe entregar, mas o documento só chegou 5 minutos antes do fechamento dos portões. “Estou no sufoco. É meu 1° Enem e quero uma vaga em veterinária”, disse enquanto corria para a sua sala.

Já a candidata Maria Aparecida da Cruz Vera, de 42 anos, não teve a mesma sorte e perdeu o primeiro dia de prova. Ela tenta pela segunda vez uma vaga para pedagogia.

“Esqueci meu RG e achei que ia conseguir entrar com a carteirinha da igreja, que tem todos os documentos nela”, diz. Mas mesmo assim, amanhã ela vai para o segundo dia de prova. “É minha oportunidade de chegar na faculdade”, diz.

No caso da estudante Patrícia Ferreira Benites, de 26 anos, o pneu furado da sua motocicleta é que causou o atraso. “Vim do Caiobá e sai cedo de casa, mas não podia adivinhar o que me aguardava no percurso”, disse.

Ela também reclamou da distância de sua residência até o local de prova. “Tinham que colocar as pessoas perto de suas casas. Um absurdo”, disse.

A Agetran informou ontem que as linhas de ônibus seriam reforçadas conforme a demanda. Já a recomendação do Inep era para que os candidatos chegassem no mínimo uma hora antes do início da prova e, se possível, fossem conhecer o local alguns dias antes. Os portões foram abertos às 11h e fechados às 12h.

Descontração - Enquanto para a maioria o dia foi de tensão, os alunos do primeiro ano de medicina da UFMS aproveitaram o sábado de Enem para vender água, caneta e “pegar calouro”.

Em frente ao portão principal de entrada, os acadêmicos ofereciam as mercadorias e em troca desejavam boa sorte. Quem comprava, ainda tinha direito a um coro de “ele vai passar, ele vai passar”.

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