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Capital

Justiça garante procedimento a jovem que sofre de síndrome rara

Jeozadaque Garcia | 28/02/2012 21:05

Garoto conseguiu na Justiça o direito de realizar a cirurgia com especialistas no Paraná

“Uma hora ele não ia mais andar”. A frase é da funcionária pública Vanessa Vieira, mãe de um adolescente de 17 anos que conseguiu, na Justiça, uma cirurgia para corrigir um grave problema na coluna. O pedido foi feito pela Defensoria Pública.

O jovem foi diagnosticado aos quatro anos com doença de Déjerine-Sottas. Ali, começou uma escoliose neuropática que só teve fim no mês de janeiro, quando foi levado para Curitiba (PR), onde passou por intervenção cirúrgica.

Foram vários anos convivendo com o problema, fazendo fisioterapia e uso de coletes. A escoliose, no entanto, se agravou a partir dos 13 anos. Foi quando Vanessa decidiu procurar um médico na capital paranaense.

“Nós fomos para o Paraná, onde consultei com o médico que falou da cirurgia. Voltei para pegar autorização com a Cassems [Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul], mas eles falaram que o procedimento deveria ser realizado por aqui”, conta.

Como o médico credenciado pelo plano iria utilizar osso sintético - que, no caso do adolescente, não teria a mesma eficiência -, e Mato Grosso do Sul não tem banco de ossos, Vanessa decidiu entrar na Justiça.

“A Cassems até sugeriu comprar o osso para fazer o enxerto, mas Mato Grosso do Sul não tem rede credenciada, preferimos fazer a cirurgia fora”, relata.

Mãe mostra imagem da coluna do rapaz; intervenção cirúrgica foi realizada com sucesso no dia 13 de janeiro. (Foto: João Garrigó)
Mãe mostra imagem da coluna do rapaz; intervenção cirúrgica foi realizada com sucesso no dia 13 de janeiro. (Foto: João Garrigó)

A liminar saiu em setembro e, por incompatibilidade nas agendas, a cirurgia foi feita com sucesso no dia 13 de janeiro.

Dificuldades - Segundo os médicos, a curvatura da coluna comprimia alguns órgãos. O jovem, apesar de não ter limitações, sentia dificuldades para respirar e, principalmente, para se relacionar com os colegas.

“O pulmão era pressionado, ele sentia muita dor também. Isso prejudicava não só no aspecto físico, mas no emocional também. Uma hora ele não ia mais andar”, conta Vanessa, que tinha um gasto estimado em R$ 1 mil por mês com remédios e fisioterapia.

O garoto está em período de recuperação e ainda não está liberado para as sessões de fisioterapia. A família volta a cada dois meses para Curitiba para fazer o acompanhamento e outros exames.

Prestes a completar 18 anos, ele estuda direito em uma universidade particular de Campo Grande, mas ainda não começou a frequentar as aulas por conta da cirurgia.

“Esteticamente ele melhorou muito, e a respiração também. Agora ele está em uma fase de transição. O corpo dele está se adaptando com isso. É tudo um grande aprendizado e só depende dele”, finaliza.

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