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Capital

Veículos de luxo furtados na Capital foram moeda de troca para 2 t de maconha

Grupo responsável pelos crimes em Campo Grande foi detido em operação policial nesta semana

Por Dayene Paz e Bruna Marques | 26/09/2025 12:12
Veículos de luxo furtados na Capital foram moeda de troca para 2 t de maconha
Itens apreendidos com presos por furtos. (Foto: Bruna Marques)

Presa nesta semana, a quadrilha especializada em furtos de veículos de luxo transformava Campo Grande em fornecedora direta do crime organizado na fronteira: cada Toyota Hilux ou SW4 furtada valia de 1 a 2 toneladas de maconha no Paraguai, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

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Quadrilha especializada em furtos de veículos de luxo em Campo Grande foi desarticulada pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O grupo transformava a cidade em fornecedor direto do crime organizado na fronteira, trocando cada Toyota Hilux ou SW4 furtada por até duas toneladas de maconha no Paraguai. A investigação revelou seis crimes consumados na Capital, com quatro veículos trasladados para o Paraguai entre 19 e 24 de setembro. Os criminosos, oriundos de outros estados, utilizavam equipamentos eletrônicos específicos para acessar a central dos veículos e atuavam por encomenda de facções criminosas.

A investigação aponta pelo menos seis crimes consumados na Capital, sendo quatro veículos trasladados para o Paraguai entre os dias 19 e 24 de setembro. Os furtos ocorreram em sequência e em pontos da região central, com concentração no bairro Santa Fé. As datas apuradas pela investigação incluem uma Hilux furtada em 20 de setembro; outra entre 21 e 22; uma SW4 no dia 22; e mais uma SW4 entre 22 e 23.

O modo de agir era repetido e técnico: um Fiat Uno Sporting fazia a função de carro de apoio nas madrugadas escolhidas. Câmeras de segurança registraram o momento em que um dos homens desembarcou do Uno e subtraiu uma caminhonete - imagem que ajudou os investigadores a montar o cerco.

Na madrugada de 23 de setembro, policiais interceptaram uma SW4 branca na Rua Abrão Júlio Rahe e prenderam dois homens em flagrante; no veículo foram encontrados dispositivos eletrônicos para ligação direta, uma chave de fenda adaptada e uma chave virgem de Hilux.

A investigação apurou ainda o roteiro pós-furto: os ladrões abriam e ligavam os veículos com equipamentos específicos, aparelhos que permitem acessar a central eletrônica e “modular” uma nova chave, e levavam os carros a pontos seguros onde outros integrantes aguardavam para levar os automóveis até receptadores na fronteira.

Um dos suspeitos tentou embarcar rumo a São Paulo e foi detido no Aeroporto Internacional de Guarulhos com apoio da Polícia Civil paulista. Os policiais dizem que os criminosos eram de outros estados e atuavam por encomenda, contratados por facções ou estrangeiros.

Ainda segundo o delegado Erasmo Cubas, da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos), cada automóvel pode equivaler a 1 a 2 toneladas de maconha no Paraguai, ou seja, passa a ser moeda de troca por grandes cargas usadas no tráfico transfronteiriço. A relação é corroborada por apreensões recentes em que caminhonetes Hilux/SW4 foram encontradas transportando entre 1,5 t e quase 1,8 t de maconha em operações policiais na região.

A Polícia Civil afirma que o grupo planejava furtar ao menos dez veículos para atender à demanda das organizações criminosas. Com as prisões e apreensões, agora os investigadores tentam identificar a rede receptadora, os intermediários no Paraguai e os elos que ligam os presos às facções e a quem "encomenda" os veículos.

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