Pesquisa busca soluções contra mosca-dos-estábulos, que ameaça agricultura em MS
Estudos da Embrapa apontam práticas de monitoramento e manejo para reduzir impactos da infestação
A mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) se consolidou como uma das principais pragas da produção agropecuária em MS (Mato Grosso do Sul). A expansão das áreas de cultivo de cana, o manejo de resíduos das usinas, o aumento da produção e a rápida adaptação do inseto a novos ambientes são apontados como fatores para o avanço do problema. Além de MS, surtos já causaram prejuízos também em São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e outros estados.
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Diante desse cenário, pesquisas científicas vêm sendo intensificadas. Em Campo Grande, os médicos-veterinários Paulo Cançado e Thadeu Barros, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Gado de Corte, estudam há mais de uma década formas de controle do inseto. Segundo eles, só na década de 2010 houve surtos durante nove anos, superando todo o histórico das quatro décadas anteriores. Mesmo assim, uma solução definitiva ainda não está próxima.
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Os pesquisadores alertam que o uso contínuo de produtos químicos pode gerar resistência no inseto, além de riscos ambientais. Por isso, indicam práticas de monitoramento e manejo. Entre as medidas estão o acompanhamento populacional da praga em usinas e propriedades, manejo adequado da palhada e do solo para evitar excesso de umidade e o armazenamento correto da vinhaça.
No caso dos produtores, a orientação é eliminar locais de reprodução da mosca, manter limpos os cochos e as áreas de armazenamento de suplementos, além de retirar qualquer fonte de matéria orgânica acumulada. A adoção dessas práticas, especialmente no período de chuvas e na entressafra da cana, é considerada essencial para reduzir os surtos.
Segundo Cançado e Barros, quando há diálogo entre usinas e pecuaristas, os resultados têm sido mais eficazes, com queda nos focos de infestação. Ainda assim, eles reforçam que a mosca-dos-estábulos, semelhante à mosca doméstica, permanece no campo e exige vigilância constante.
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