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Capital

Violência aumenta na escola e meninas estão em 90% dos conflitos

Michel Faustino | 28/09/2014 09:50
Registros apontam que 90% de casos de violência envolve meninas. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Registros apontam que 90% de casos de violência envolve meninas. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Delegado diz que está havendo uma banalização da violência. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Delegado diz que está havendo uma banalização da violência. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O número de casos de violência envolvendo adolescentes na escola aumentou significativamente, em comparação com o ano passado. E um dado que chama a atenção é de que cada 10 registros de conflitos entre menores de 16 anos, nove envolve meninas.

De acordo com o delegado Maércio Alves Barbosa, da Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude) as estatísticas preocupam pelo fato de estar havendo uma “banalização” da violência.

“O que mais preocupa é que a violência é ocasionada na maioria das vezes por motivos banais. Em todos os casos registrados na delegacia constatamos isso. Não existe razão para que a violência seja gerada. E isso é preocupante”, disse.

Segundo o delegado, outro dado que chama a atenção é a crescente no número de meninas envolvidas em brigas, e conflitos dentro da escola..

“90% dos casos que a gente tem registrado envolve meninas. E isso é preocupante porque está havendo uma inversão de valores. Antigamente tínhamos mais casos de meninos e hoje o quadro é diferente”, ponderou.

O delegado relata que o último caso atendido por ele, duas adolescentes estavam disputando um torneio de futsal em uma escola estadual de Campo Grande, e por um desentendimento sobre quem iria começar jogando elas chegaram as via de fato.

“Isso é só um exemplo. A gente recebe casos de uma menina que não gostou como a outra olhou para ela, ou simplesmente porque a menina é considerada bonita pelos demais colegas. São motivos diversos, mas todos banais que acabam terminando em violência e o que é mais grave se tornando crime”, relatou.

Barbosa ressalta que não existe uma “formula” para coibir esse tipo de violência, e a polícia não pode atuar de forma opressora. Ele lembra que é fundamental o papel da família e da escola no processo de socialização desses adolescentes. Segundo ele, é preciso urgentemente adotar medidas educativas para reverter esse quadro.

“Infelizmente quando esses casos chegam na polícia já é irreversível. Mas, isso é apenas a ponta do iceberg. A conduta desses adolescentes devem ser trabalhada desde muito cedo, tanto pela família quanto pela escola que têm um papel fundamental na formação desse individuo. Infelizmente hoje esse valores foram todos perdidos. E o mais incoerente é que não se existe mais pudor”, disse.

Para tentar frear essa crescente no número de ocorrências de violência envolvendo adolescentes na escola, a Semed (Secretaria Municipal de Educação), está desenvolvendo diversas ações. Entre essas ações está a alteração no regimento das escolas, que tratará de maneira reparadora os casos de conflitos.

O intuito é diagnosticar os conflitos existentes e intermediar um entendimento antes que chegue as vias de fato.

Conforme a Semed, toda a reformulação do regimento será feito em conjunto com o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria da Infância e Adolescência.

O adolescente que tiver uma conduta violência será notificado por meio de um termo de conduta assinado pelos pais. Onde o adolescente se compromete a não se envolver em conflitos, mediante a uma ação reparadora.

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