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Cidades

Caso Dudu: Defesa de Cido decide esta semana se recorre

Redação | 04/04/2010 11:09

A defesa de José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, 53 anos, condenado esta semana a 26 anos de reclusão, pela morte do estudante Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o Dudu, em 2007, tem até sexta-feira desta semana para informar à Justiça se vai recorrer da sentença do Tribunal do Júri e pedir que um novo julgamento seja realizado.

O advogado de Cido, José Roberto da Rosa, que logo após a decisão havia dito que pediria novo júri, informou neste domingo que a decisão ainda está para ser tomada, em conjunto com o cliente. "Devo me reunir com ele amanhã, para discutir o assunto".

Rosa informou, porém, que Cido está inconformado com a sentença e que a tendência é recorrer.

O advogado disse que, caso o recurso se confirme, não deverá usar argumento parecido ao do Caso Nardoni, que semana retrasada teve a condenação de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá pela morte da menina Isabela, também em 2007.

O advogado do casal, Roberto Podval, pediu novo júri alegando que seus clientes têm direito de ser beneficiados pela antiga legislação segundo a qual réus de sentenças do Tribunal do Júri com penas superiores a 20 anos tem direito à revisão e a novo julgamento. Essa regra mudou em 2007, e há discussões no meio jurídico sobre a aplicação para casos ocorridos naquele ano.

Para o defensor de Cido, porém, esse é um argumento fraco. Ele diz que a mudança foi na instrução processual e não na matéria de direito, que seria a criação ou extinção de uma tipificação criminal, por exemplo.

Argumentos -Segundo José Roberto da Rosa, no caso Dudu, a motivação para pedir um novo júri vem, primeiro, da contestação da defesa quanto à identificação dos restos mortais que a acusação afirma ser de Dudu e que foram exibidos aos jurados. "O laudo não foi conclusivo e por isso não há corpo. Se não há corpo, não há crime", afirma.

O outro motivo tem a ver com o Caso Nardoni. O advogado afirma que havia "motivação política" para condenar Cido, pois o júri ocorreu apenas 4 dias após o julgamento dos condenados pela morte da menina Isabela.

O advogado acredita que houve contaminação do júri pela cobertura intensa do caso pela imprensa e que um novo júri em um momento diferente, seria mais justo para seu cliente.

A partir da decisão da defesa de recorrer, o processo contra José Aparecido Bispo da Silva deverá ir para o Tribunal de Justiça, para análise dos desembargadores, pois a defesa estuda pedir que os argumentos sejam apresentados direto à segunda instância.

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