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Cidades

Com 25 casos de agressões e mortes, MS discute proteção de jornalistas

Bruno Chaves | 08/11/2013 16:44
Tema foi debatido após crescimento de agressões nos últimos meses (Foto: Bruno Chaves)
Tema foi debatido após crescimento de agressões nos últimos meses (Foto: Bruno Chaves)

Nos últimos cinco anos, 25 casos de agressões e mortes a profissionais da imprensa foram registrados em Mato Grosso do Sul, de acordo com o presidente do Sindicato de Jornalistas do Estado, Ricardo Ortiz. Para debater os mecanismos de segurança de profissionais de comunicação, a Assembleia Legislativa realizou, nesta sexta-feira (8), a audiência pública “Direitos Humanos e a proteção dos profissionais da comunicação”.

Este foi o terceiro encontro nacional que discutiu o tema. A primeira audiência ocorreu em São Paulo (SP) e a segunda no Rio de Janeiro (RJ).

A falta de segurança é um problema de nível nacional, afirmou o deputado Maurício Picarelli (PMDB), que também atua como jornalista e radialista há décadas. Para ele, vários profissionais de comunicação do Estado sofrem abalos, principalmente em municípios da fronteira.

“Por isso, vamos elaborar um documento com os assuntos debatidos aqui que será encaminhado a autoridades federais com o intuito de discutir medidas protetivas. Um profissional em exercício de sua atividade jamais pode ser ameaçado de morte”, avalia.

Zona de guerra – De acordo com um dos diretores da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), José Carlos Torves, a violência contra jornalistas no Brasil cresceu nos últimos anos, especialmente com as manifestações que tomaram o País nos últimos meses.

“Os números cresceram tanto que o Brasil está no mesmo patamar que países como Paquistão e Afeganistão, onde existem zonas de guerra”, conta. Só em 2013, até o mês de outubro, cinco jornalistas perderam a vida no País. De junho para cá, 105 casos de agressões a profissionais da imprensa foram registrados.

Para Torves, fatores como a falta de conhecimento da sociedade civil e o despreparo das polícias militares contribuem para o aumento de casos de agressões aos profissionais de imprensa em exercício. “O Brasil precisa adotar o protocolo das Nações Unidas em relação a segurança desses profissionais”.

Crime federal – Para minimizar os casos de agressões e terminar com a impunidade de crimes contra comunicadores, um projeto de lei, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), pede para que crimes cometidos contra jornalistas, radialistas e outros, sejam apurados pela Polícia Federal.

De acordo com conselheiro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Tarciso Dal Maso, um grupo de trabalho que mapeia e estuda os casos de agressões contra os profissionais de imprensa foi formado em 2012. O grupo é associado a ONU e a Unesco e pretende montar uma estrutura de proteção. “É um planejamento de políticas públicas”, define.

Mortes em MS – Pelo menos três profissionais de comunicação perderam a vida em Mato Grosso do Sul no último ano.

O jornalista Paulo Rocaro perdeu a vida depois de ser alvejado a tiros em Ponta Porã, no dia 12 de fevereiro de 2012. Já no dia 4 de outubro, Luiz Henrique Rodrigues Georges, dono do Jornal da Praça, foi morto a tiros de fuzil. Em novembro, foi a vez de Eduardo Carvalho, dono do site UH News, ser atacado. Ele foi morto a tiros no dia 22 de novembro.

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