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Cidades

Com processo pronto, UCDB depende de aval do Vaticano para virar PUC

Processo para transformação começou em 2017 e, no próximo ano, a documentação será enviada para o Papa decidir mudança

Mayara Bueno | 10/12/2018 18:44
Corredor que dá acesso ao bloco A da UCDB, em Campo Grande. (Foto: Divulgação/UCDB).
Corredor que dá acesso ao bloco A da UCDB, em Campo Grande. (Foto: Divulgação/UCDB).

Criada em 1962, a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), na época Fucmat (Faculdades Unidas Católicas), concluiu o processo de mudança e agora aguarda o Vaticano, na Itália, autorizar a instituição a se transformar em PUC (Pontifícia Universidade Católica) Mato Grosso do Sul. A informação é do pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, mestre Gilliano Mazzetto, durante entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira (dia 10).

“A UCDB quer virar PUC? Sim, nós queremos virar PUC. Estamos trabalhando para isso, é o nosso planejamento estratégico. Não é um processo que depende da gente. Quem faz o reconhecimento é o Vaticano, pela Sagrada Congregação para Educação Católica junto com o Papa [Francisco]".

Iniciado em 2017, o processo inclui a exigência de condições, como a manutenção dos cursos de Filosofia e Teologia. Este último foi criado há seis anos à distância e, a partir de 2019, será presencial. O primeiro curso existe desde 1964.

"Além disso, uma PUC precisa ser uma propulsora de desenvolvimento social dentro de determinada região e isso passa pelos critérios da catolicidade e também a salesianidade, o que nós temos”.

A anuência em âmbito local, já garantida, também inclui um termo com a autorização dos bispos e do arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas. Neste documento, expõe-se a relevância de a UCDB se transformar em PUC.

A "referência intelectual", cita o mestre, é o principal motivo. "A visibilidade que o Estado ganha é muito maior, porque você entra numa rede internacional, com reconhecimento internacional com critério de excelência. Pela peculiaridade do Estado, do bioma Pantanal, a gente vai poder ajudar a reflexão da ciência e tecnologia de maneira mais enfática, mais expressiva, porque você cria um centro de excelência”, pontua.

Nos arredores da instituição, a projeção também é positiva. “Um exemplo simples. A região norte, em 1993, antes da UCDB, era um campo, não tinha nada e o que puxou o desenvolvimento foi a universidade. A tendência é potencializar”.

Todos os critérios e documentação, afirma o reitor, já foram cumpridos e, até o fim do primeiro semestre de 2019, tal processo será enviado ao Vaticano para análise. O prazo, no entanto, não tem como estimar, segundo o mestre.

Ele exemplificou que no Paraná o processo para a transformação da universidade católica de lá durou 1 ano, enquanto em Goiás, o período foi de cinco anos. “Não dá para estimar. Agora só depende de Roma”.

No Brasil, são sete PUCs sediadas em Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Se o Estado 'ganhar' uma Pontifícia Universidade Católica, será a segunda no mundo ligada aos Salesianos e a primeira na América do Sul. Hoje, a única nestes moldes fica em Roma, capital da Itália.

Gestão, novos cursos e mensalidade

Independentemente da transformação, a universidade continuará sendo gerida pelos Salesianos, afirma o gestor. “Mesma hierarquia. A instituição continua sendo Salesiana, a única diferença é que ela tem referencia pontifícia, como uma instituição de excelência, que representa a igreja em determinado território e é ligada diretamente ao Papa”.

Segundo o pró-reitor, as mensalidades dos cursos não serão elevadas em virtude da eventual mudança. “Não impacta em nada, não tem correlação”. Ele esclareceu que o pode ocorrer é correção monetária, a exemplo do que ocorre todos os anos com todos os serviços.

Sobre a criação de novos cursos como o de Medicina, não há a previsão no momento. A informação, anteriormente, era de esse seria um dos pré-requisitos para se tornar Puc.

O pró-reitor explicou que a abertura depende de autorização do MEC (Ministério da Educação) e da Saúde e o último regramento sobre o assunto determina a interiorização dos cursos de Medicina e não mais nas capitais, justamente para que o interior não fique desassistido de médicos. Em MS, os mais recentes criados foram em Ponta Porã e Corumbá.

A respeito de bolsas e incentivos que a transformação pode trazer, o pró-reitor explicou que toda expansão neste sentido depende também da quantidade de aluno. “Quando há crescimento, dá para oferecer. Mas hoje já temos um impacto social muito grande. Quase 30% dos nossos alunos são bolsistas”. A UCDB tem 34 cursos de graduação e 12 de pós-graduação, o que inclui mestrados e doutorados.

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