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Cidades

Conselho aprova psicoterapia online e profissionais de MS comemoram mudança

Regra antiga só permitia aconselhamento e o máximo de 20 sessões. Profissionais enxergam benefícios com novas regras

Izabela Sanchez | 08/06/2018 14:31
Sessões poderão ser realizadas por skype, por exemplo (reprodução)
Sessões poderão ser realizadas por skype, por exemplo (reprodução)

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) publicou, no dia 11 de maio, nova resolução que aprova o atendimento de psicoterapia online, ou seja, à distância, por meio de tecnologia de comunicação. A resolução antiga é de 2012 e permitiria apenas aconselhamento, com o máximo de 20 sessões com objetivo específico. Agora, psicólogos podem realizar sessões por skype, por exemplo.

Profissionais do Estado comemoram a mudança e afirmam que há diversos benefícios, além de pontuarem que o progresso tecnológico é inevitável. O psicólogo Paulo Camezin afirma que algumas questões devem ser observadas, como ferramentas confiáveis e pesquisa científica a respeito.

“Eu sou a favor sim, eu acho que eu concordo, uma vez que já existia o aconselhamento online, mas não era permitido a psicoterapia. Hoje em dia o mundo está caminhando para isso. Hoje as pessoas não tem tanto tempo de se deslocar até a clínica. Claro, que tomando os cuidados, tem que estudar bastante, muita pesquisa, artigos científicos, sobre a questão metodológica. E os cuidados em relação ao sigilo. Eu acredito que existem ferramentos confiáveis, não acredito que dá pra fazer em qualquer tipo de chat”, comentou.

Paulo acredita que o próprio conselho pode desenvolver uma tecnologia para ser utilizada pelos profissionais. “Quem sabe o próprio conselho e os psicólogos desenvolvem uma plataforma para isso, eu acho que tem muito a crescer. Eu sou favorável, mas tem muito o que avançar”, comentou.

O profissional também acredita que as sessões online não devem inibir as consultas presenciais. “Eu imagino que a pessoa que procurar terapia online não descarta pesoalmente. No meu caso eu acho muito viável ir toda semana, mas se um dia eu viajar eu tenho a possiblidade”, afirmou.

Para a psicóloga Priscila Espíndola, Mato Grosso do Sul deve ser beneficiado pela nova regra, uma vez que diversas cidades do interior não possuem profissionais.

“Na verdade eu acredito que é um avanço, princialmente a gente, no nosso estado a gente tem uma característica de cidades do inteiror não terem psicólogos que atendem. Tenho já pacientes que atendo no interior, às vezes a gente viaja pra atender. Isso vai permitir a gente ampliar, e a qualidade também. Antes tinha um númnero limitado, então vai ampliar”, explica.

Por outro lado, afirma, profissionais locais podem perder clientes que agora terão a opção de realizar sessões com profissionais de outro Estado, por exemplo. “Não é muito bom pra quem mora nas cidades maiores, acaba tendo mais benefícios de escolha pelo cliente. Alguém de Campo Grande pode fazer com um terapeuta de outra cidade, então do mesmo jeito que é bom, pra gente que está em Campo Grande tem a possibilidade de fazer terapia em outroa lugar”.

“Acredito que quando o profissional é bom ele sempre vai ter cliente. Espero que traga bastante benefícios, tem várias pessoas que estão contempladas nessa mudança. E também coloca o psicólogo para se atualizar”, emenda ela.

Rodrigo Miranda também aprova a nova resolução. “A gente já tem alguns resultados que a gente consegue manter relação terapêutica, que a gente consiga ter os benegfícios. Você não perder o contato com alguns pacientes, então, por exemplo, se eu tiver uma viagem para congresso eu poderia continuar atendendo meus pacientes. Um paciente que está mudando de cidade, então agora eu não estaria ocorrendo num problema ético”.

Para o psicólogo, a normativa abre uma série de possibilidades. “As vezes em uma cidade pequena, ele não fica confortável de fazer com o um psicólogo local, por exemplo. Agora o que a gente precisa ver é como vamos organizar esse serviço pra não criar algumas parcelas negatiivas. É preciso uma certa regulamentação”, opinou.

O CRP-MS (Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso do Sul) afirmou que ainda discute a questão e que os conselhos regionais tem a premissa de regulamentar a resolução.

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