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Cidades

Envolvidos com tráfico tentam derrubar ordem de prisão, mas Justiça nega

Foram identificados vários núcleos: familiar (liderado por um policial), operacional e os “correrias”

Aline dos Santos | 28/09/2018 17:27
Ferrari fazia parte de estilo "ostentação" de família em Mundo Novo.
Ferrari fazia parte de estilo "ostentação" de família em Mundo Novo.

A Justiça Federal manteve ordem de prisão para dois alvos da operação Laços de Família, realizada pela PF (Polícia Federal) contra grupo que atuava como “máfia” em Mundo Novo, liderado por policial militar e relacionada à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Morando na Itália, Thyago Rodrigo de Souza, que está foragido e tinha o nome avaliado para entrar na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), pediu à 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande que reconsiderasse a ordem de prisão. Ele alegou que o nascimento da filha impede que deixe a Itália e que não há motivos para prisão preventiva.

A Justiça avalia que não se pode dizer que a atuação de Thyago é de menor importância. “Muito pelo contrário, havendo, inclusive, indícios de que ele, inclusive, angariava motoristas para efetuar os carregamentos de tráfico de entorpecentes, girando, pois, a atividade delituosa da organização”, informa a decisão.

Sobre a questão de não poder sair da Itália, a Justiça aponta que o nascimento não é um fato novo capaz de modificar a decisão. “Não havendo qualquer previsão legal capaz de revogar a prisão preventiva do réu com base alegação”.

Já Mayron Douglas do Nascimento Velani pediu a revogação da prisão preventiva. De acordo com a defesa, a situação do preso não se assemelha aos dos demais réus da operação Laços de Família, “não havendo, em tese, indícios veementes de sua participação nos crimes investigados na mencionada operação”.

O pedido foi negado pela Justiça Federal, que considerou que a atuação de Mayron era efetiva. Cumprindo determinações no sentido de encontrar pessoalmente com fornecedores de entorpecentes e articular carregamentos de drogas.

“A manutenção da prisão se faz necessária para a garantia da ordem pública, em razão da gravidade da conduta, e para assegurar a aplicação da lei penal, uma vez que o acusado teria fácil acesso à região fronteiriça e poderia se evadir sem qualquer dificuldade”, informa a decisão.

A Justiça Federal aceitou em agosto denúncia contra 22 suspeitos de integrarem o grupo. O MPF (Ministério Público Federal) denunciou tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais e posse ilegal de arma de fogo.

Núcleos - Foram identificados vários núcleos, como o familiar, que era liderado pelo policial militar Silvio Molina; o operacional e apoio logístico, integrados por gerentes; e os “correrias”,definição para quem presta toda a sorte de serviços (motorista, segurança pessoal de membros do grupo).

Durante a investigação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.

Os mandados de busca e apreensão ajudam a dimensionar o tamanho do patrimônio do grupo: 136 ordens de sequestros de veículos, sete mandados para apreender aeronaves (helicópteros), cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais).

As ordens judiciais foram cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte. A operação foi realizada em 25 de junho.

O esquema usava pessoas físicas e jurídicas para pulverizar e “legalizar” o dinheiro obtido com o lucro da venda de maconha pelo país. Dez empresas, de loja de bijuterias a revendedora de veículos, identificadas como parte do esquema milionário de lavagem de capitais foram fechadas na ocasião.

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