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Cidades

Grávida do segundo filho, moradora do Caiobá perde todo enxoval

Valéria já tinha perdido todos os pertences na chuva de quinta-feira e o pouco que conseguiu recuperar estragou com a de sábado

Bruna Kaspary | 09/10/2017 11:54
Valéria está grávida do segundo filho e perdeu todo o enxoval da criança (Foto: André Bittar)
Valéria está grávida do segundo filho e perdeu todo o enxoval da criança (Foto: André Bittar)

Grávida de sete meses do segundo filho, Valéria de Andrade Oliveira, 24 anos, perdeu todo o enxoval e os pertences da família na chuva que atingiu a favela onde mora, no Portal Caiobá. Ela, que já não tinha muita coisa depois da tempestade de quinta-feira, perdeu o pouquinho que conseguiu recuperar com ajuda da comunidade.

"Eu estou pensando o que dar para ele [filho] de almoço, nós comemos a última bolachinha que tínhamos", lamenta Valéria. Ela, que recebeu ajuda de uma equipe de reportagem, lembra que perdeu toda a comida que tinha em casa. "Eles voltaram de noite aqui, trouxeram lona, para cobrir o barraco, janta, mas já acabou tudo".

Barraco ficou destruído depois da tempestade e teve que ser coberto por lonas (Foto: André Bittar)
Barraco ficou destruído depois da tempestade e teve que ser coberto por lonas (Foto: André Bittar)
Lonas foram doações que Valéria conseguiu para "remendar" a casa. (Foto: André Bittar)
Lonas foram doações que Valéria conseguiu para "remendar" a casa. (Foto: André Bittar)

Valéria conta que, na hora do temporal, não estava em casa, mas o marido explica que teve que sair correndo com o filho no colo. "Ele diz que o vento chegou já arrancando as telhas todas".

Com a chuva de quinta-feira, ela perdeu tudo, mas em um centro espírita conseguiu algumas coisas. "Pediram para eu voltar lá. Vou explicar o que aconteceu. Talvez eles consigam pelo menos uma cesta básica, né?! O problema só vai ser trazer".

A jovem conta que mora há oito meses em Campo Grande. Que saiu de Nova Alvorada para tentar encontrar um emprego. "Minha mãe não sabe de nada que aconteceu. Ela na verdade nem sabe que estou grávida".

"Lá está difícil, mas aqui está pior", lamenta Valéria, que tem medo de conversar com a mãe. "Ela disse que não era para eu ter mais filhos, por conta da situação que a gente está passando".

Várias casas da rua Poética foram danificadas pela ventania (Foto: André Bittar)
Várias casas da rua Poética foram danificadas pela ventania (Foto: André Bittar)

A jovem afirma que a mãe poderia ajudar de alguma forma, mas como não sabe da gravidez, e desde que ela veio para Campo Grande as duas não se falam, não tem coragem de pedir. "A gente está dormindo no colchão molhado, porque não tem onde dormir", explica.

Além dela, outros vizinhos também ficaram com os barracos danificados por conta da ventania. "Foi uma correria para fora, com criança. Parece que ia arrancar tudo isso aqui", lembra Amanda Rodrigues, 16 anos. Parte da telha da casa dela foi arrancada.

"Na minha casa, destelhou banheiro, varanda, ainda bem que não foi nada pior. Nós saímos catando os cacos de telha para cobrir o que estragou", lembra Neila Aparecida Flores Lima, 54 anos. Na casa da filha dela, que também teve parte da telha arrancada, parte do colchão também ficou molhado.

A equipe do Campo Grande News entrou em contato com a Defesa Civil, que informou que não foi acionada para atender nenhuma ocorrência na cidade em relação a destelhamento de residências.

As famílias atingidas pela tempestade moram na rua Poética, no Portal Caiobá. Valéria, que foi uma das moradoras mais afetadas, mora quase em frente ao número 272. Para fazer doações os interessados podem entrar em contato pelo telefone (67) 9 9305-7621 (Valéria).

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