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Interior

Advogado de traficantes famosos defende sócio de “Cabeça Branca”

Luiz Gustavo Bataglin Maciel já defendeu Beira-Mar, Juan Abadía e “Nem da Rocinha”

Helio de Freitas, de Dourados | 20/08/2020 11:54
Momento em que policiais chegavam a condomínio onde sócio de traficante morava em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
Momento em que policiais chegavam a condomínio onde sócio de traficante morava em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Preso domingo (16) em São Gabriel do Oeste, Charles Miller Viola, 46, apontado como sócio e operador do esquema de lavagem de dinheiro do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, tem entre seus advogados um especialista em defender narcotraficantes famosos.

Luiz Gustavo Bataglin Maciel, do escritório Bataglin Advogados, localizado no Carandá Bosque, em Campo Grande, já atuou na defesa de três personagens ilustres do crime organizado brasileiro: Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, extraditado para os Estados Unidos em 2008, e Antônio Francisco Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”.

Bataglin Maciel assina documento enviado ontem (19) ao juiz da 1ª Vara de Execuções Penais de Campo Grande pedindo a permanência de Charles Viola em presídio de Mato Grosso do Sul.

Preso pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil, Charles Viola foi autuado em flagrante por uso de documento falso. Desde 1998 ele usava identidade em nome de Carlos Roberto da Silva. Há oito meses, morava com a mulher e os dois filhos em mansão alugada em condomínio de luxo de Dourados.

Homicídio – Além do flagrante por documento falso, o Dracco cumpriu o mandado de prisão por homicídio, expedido pela Justiça do Estado de Goiás, onde Charles morava antes de fugir para a fronteira com o Paraguai.

Por esse crime ele está condenado a 12 anos e seis meses de reclusão em Rio Verde (GO), mas segundo a defesa, cumpriu seis meses antes de conseguir habeas corpus e falta apenas um ano e meio em regime fechado até conseguir o semiaberto.

Atualmente Charles Viola se encontra em uma cela da Derf (Delegacia de Roubos e Furtos), em Campo Grande. A polícia aguarda a transferência dele para o presídio.

Charles Viola na CNH que ele tirou com a identidade falsa em nome de Carlos Roberto da Silva (Foto: Reprodução)
Charles Viola na CNH que ele tirou com a identidade falsa em nome de Carlos Roberto da Silva (Foto: Reprodução)

Quer ficar em MS – No documento à Vara de Execuções Penais, o advogado afirma que a juíza de São Gabriel do Oeste havia solicitado a remoção de seu cliente para Rio Verde (GO). Entretanto, alega que Charles mora há muito tempo em Mato Grosso do Sul, é casado e pai de dois filhos que sempre estudaram no Estado.

Para defender a permanência do preso em MS, Bataglin Maciel afirma que um dos filhos do cliente tem doença infecciosa grave, faz tratamento com dois médicos de Dourados e que a proximidade com a família – nas visitas prisionais nos fins de semana – contribuirá para a ressocialização dele.

O advogado cita ainda que Charles Viola já cumpriu pena no Instituto Penal de Campo Grande, “onde ostentava bom comportamento carcerário” e trabalhava para diminuir a pena. “Aguarda-se que este Juízo autorize provisoriamente a permanência do peticionário [Charles] nesta Capital, e envie ofício para a 1ª Vara de Rio Verde (GO) informando que não se opõe à permanência do recluso e à Agepen para que providencie o recambiamento para unidade prisional”, pede a defesa.

Preventiva – Ontem, a juíza da 1ª Vara de São Gabriel do Oeste, Samantha Ferreira Barione, decretou a prisão preventiva (sem prazo definido) de Charles Viola por falsa identidade, a pedido da coordenadora do Dracco, delegada Ana Claudia Medina. O departamento ainda analisa o resultado das buscas feitas na mansão em que ele morava em Dourados.

Documentação com indícios de lavagem de capitais, veículos, joias, equipamentos de informática, aparelhos celulares e grande quantidade de dinheiro em espécie, tanto em moeda nacional como em moeda estrangeira, foram apreendidos durante as sete horas de buscas, apoiadas por cão farejador da Polícia Civil. Os policiais localizaram na casa um cofre dissimulado em fundo falso na parede da mansão.

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