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Interior

Agepen diz que PM recebeu ficha de preso resgatado em hospital

Agência contesta alegação de comandante de que equipe de escolta não sabia quem era o preso levado ao hospital na sexta

Helio de Freitas, de Dourados | 31/07/2018 10:34
Preso com quase 900 quilos de cocaína, Nelson Falcão foi resgatado de hospital de Dourados na sexta (Foto: Arquivo)
Preso com quase 900 quilos de cocaína, Nelson Falcão foi resgatado de hospital de Dourados na sexta (Foto: Arquivo)

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de Mato Grosso do Sul contestou a informação de que a Polícia Militar não sabia quem era o detento levado na sexta-feira (26) ao Hospital da Vida, em Dourados, menos de uma hora antes de ser resgatado por bandidos armados.

Ao Campo Grande News, o comandante da PM em Dourados coronel Carlos Silva, disse ontem (30) que a equipe de escolta não sabia se tratar de Nelson de Oliveira Leite Falcão, 53, chefe de uma bem estruturada quadrilha de tráfico internacional de cocaína.

“Especificamente para esse cidadão não houve nenhum pedido de escolta diferenciada. Não chega para a PM quem estamos escoltando, por isso vamos modificar nossas ações, temos de aprender com os erros e saber quem será escoltado”, afirmou o oficial.

Entretanto, em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a Agepen informou que a Polícia Militar sabia, sim, que o detento era Nelson Falcão.

“Por questão de segurança e por ser uma penitenciária de segurança máxima, em todas as solicitações de escolta é anexada a ficha disciplinar do interno, onde constam dados necessários: filiação, artigo, condenações, data de entrada, procedência, sinais particulares; além disso é enviado também o encaminhamento do médico para o Hospital da Vida e o ofício de solicitação da escolta reforçada para o referido custodiado”, afirmou a agência.

Pé enfaixado – A Agepen se pronunciou também sobre a declaração do comandante da PM de que Nelson Falcão teria deixado a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) com o pé enfaixado e usando muleta, mas quando fugiu saiu correndo após jogar o equipamento longe.

“O interno não estava com o pé enfaixado, conforme demonstram as imagens do circuito interno, e sim foi encaminhado na cadeira de rodas até a viatura, devido alegar fortes dores para caminhar, já que possui ‘dor lombar com claudicação’, problema de saúde pelo qual já vinha recebendo acompanhamento médico, inclusive tendo sido encaminhado ao Hospital da Vida no início deste mês para atendimento”, afirma a nota da agência.

Transferência para a PED – Na entrevista ao Campo Grande News, Carlos Silva também questionou o motivo da transferência do traficante da penitenciária da Capital para Dourados, uma vez que ele não teria parentes na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Falcão tinha sido preso em março, na BR-262, em Água Clara.

Segundo a Agepen, o advogado de Nelson Falcão havia solicitado transferência para o Instituto Penal de Campo Grande ou para o Estabelecimento Penal de Aquidauana, alegando que o traficante corria risco de morte no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho. O traficante é natural de Aquidauana.

“Por se tratar de preso de alta periculosidade, foi transferido para Penitenciária Estadual de Dourados, que é de segurança máxima, considerado o presídio com melhor estrutura de segurança do Estado”, afirmou a Agepen.

A fuga – O Campo Grande News apurou que a viatura da escolta da PM foi até o pavilhão de saúde da PED e Nelson Falcão levado de cadeira de rodas até o veículo. No prontuário da penitenciária foi anotado que o detento saiu do local às 12h55 junto com outros presos, também escoltados até o hospital.

O comandante da PM em Dourados disse que o horário exato do resgate está sendo investigado pelo inquérito instaurado já na sexta-feira, mas deve ter ocorrido entre 13h e 13h30.

Localizado na Rua Toshinobu Katayama, no centro, o hospital onde ocorreu o resgate fica a pelo menos 15 km da penitenciária, localizada na BR-163, na saída para Campo Grande.

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