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Interior

Ao STF, Guajajara pede demarcação de terra onde jovem foi morto

Titular da pasta de Povos Indígenas, Sonia Guajajara encontrou-se com Gilmar Mendes na noite de hoje (18)

Por Gustavo Bonotto | 18/09/2024 21:55
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao lado do ministro do STF, Gilmar Mendes, e do secretário-executivo dos Povos Originários, o advogado sul-mato-grossense Eloy Terena. (Foto: Reprodução/Instagram)
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao lado do ministro do STF, Gilmar Mendes, e do secretário-executivo dos Povos Originários, o advogado sul-mato-grossense Eloy Terena. (Foto: Reprodução/Instagram)

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, se encontrou com Gilmar Mendes para tratar sobre a homologação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu durante o fim da noite desta quarta-feira (18). O local foi marcado pela morte de Neri da Silva, aos 23 anos, da etnia Guarani Kaiowá, na tarde de hoje.

Detalhes sobre o encontro não foram divulgados à imprensa, mas há interesse da pasta em agilizar o processo de demarcação do território. Ñande Ru foi declarada para posse e usufruto exclusivo e permanente do povo guarani-kaiowá em 2002 e homologada por meio de decreto presidencial em 2005, mas este processo foi judicializado no mesmo ano pelo então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim.

"Reforçamos junto ao ministro Mendes a necessidade e importância da celeridade em relação ao julgamento das ações que estão no STF e o destravamento dos processos paralisados em outras instâncias, pois somente a conclusão do processo demarcatório e a posse plena do território pode garantir a segurança e vida dos indígenas e acabar com essa violência", escreveu Guajajara nas redes sociais.

Mais cedo, a pasta dos Povos Originários pediu ao governador Eduardo Riedel (PSDB) o afastamento imediato e responsabilização do policial suspeito de atirar em Neri.

O campo de batalha foi a Fazenda Barra, no município de Antônio João, na fronteira com o Paraguai. Atingido com tiro na cabeça, Neri morreu no local. Imagens de seu corpo em meio à poça de sangue circulam na internet e foram parar no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Amparada por decisão da Justiça Federal, desde o ano passado a Polícia Militar mantém equipes na propriedade. A liminar, concedida pela 1ª instância em Ponta Porã e ratificada pelo TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, manda a PM salvaguardar a propriedade, para impedir ocupação e confrontos. Entretanto, não legaliza eventual reintegração de posse.

De propriedade dos pecuaristas Pio Queiroz Silva e Rozeli Ruiz – pais da advogada Luana Ruiz, assessora especial nomeada na Casa Civil do governo do estado – Fazenda Barra faz parte de 9,3 mil hectares. Palco de vários confrontos e outras duas mortes de indígenas, a área foi demarcada e homologada no primeiro governo de Lula.

Indígena morto com tiro na cabeça, na manhã de hoje, em área de conflito em Antônio João. (Foto: Direto das Ruas)
Indígena morto com tiro na cabeça, na manhã de hoje, em área de conflito em Antônio João. (Foto: Direto das Ruas)

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