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Interior

Após oito anos, índios voltam a ocupar fazenda na fronteira com Paraguai

Cimi denuncia que índios foram recebidos a tiros; ruralistas acusam invasores de afugentar funcionários e evitar retirada do gado

Helio de Freitas, de Dourados | 24/06/2015 11:03

Índios guarani-kaiowá do acampamento Kurusu Ambá voltaram a ocupar a fazenda Madama, localizada entre os municípios de Coronel Sapucaia e Amambai, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Pelo menos 60 pessoas entraram na fazenda oito anos após outra invasão, ocorrida em maio de 2007.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o braço da igreja católica que defende os povos indígenas brasileiros, a ocupação começou na madrugada de segunda-feira (22). Até a sede da fazenda foi ocupada pelos índios que há oito anos moravam em um acampamento a 5 km da propriedade.

Ao site A Gazeta News, o Sindicato Rural de Amambai informou que três funcionários da fazenda e seus familiares, inclusive crianças, foram expulsos das casas e tiveram de se refugiar no mato. Conforme o sindicato, existem 3.500 cabeças de gado na fazenda Madama. As casas da sede teriam sido invadidas e reviradas.

Já o Cimi divulgou em seu site que os índios foram recebidos a tiros durante a “retomada”. O órgão denuncia que desde 2007, pelo menos dez lideranças do acampamento teriam sido assassinadas. Kurusu Ambá fica em uma área cercada por lavouras de soja e os índios reivindicam a demarcação como território tradicional.

De helicóptero – Na tarde de ontem, o procurador da República em Ponta Porã, Ricardo Pael Ardenghi, foi à área ocupada para conversar com os índios. Segundo o Cimi, ele chegou ao local em um helicóptero da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

O Campo Grande News procurou o MPF (Ministério Público Federal) para falar sobre o caso. As primeiras ligações não foram atendidas, mas por volta de meio dia um representante do órgão entrou em contato com a equipe de reportagem e afirmou que o MPF está acompanhando o caso.

O Conselho Indigenista Missionário informou que, na presença do procurador, foi estabelecido um acordo para permitir a retirada do gado e evitar possíveis ataques contra os índios.

*Matéria editada às 11h48

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