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Interior

Atrás das grades por corrupção, vereadora renuncia ao mandato

Helio de Freitas, de Dourados | 11/11/2014 16:10
A policial civil aposentada e vereadora Solange Melo é conduzida por policial federal durante a Operação Atenas (Foto: Eliel Oliveira)
A policial civil aposentada e vereadora Solange Melo é conduzida por policial federal durante a Operação Atenas (Foto: Eliel Oliveira)

A policial civil aposentada e vereadora Solange Olímpia Pereira de Castro Melo (Pros) renunciou ao mandato na Câmara Municipal de Naviraí, a 366 km de Campo Grande. Eleita em 2012 com 807 votos, Solange é uma das dez pessoas que estão presas desde o dia 8 de outubro, acusadas de fazer parte de um esquema de corrupção montado na Câmara daquele município para fraudar licitações, extorquir empresários e receber diárias fraudulentas.

Mulher do delegado da Polícia Federal Severino Alexandre de Andrade Melo, que por mais de uma década chefiou a delegacia da PF em Naviraí, Solange Melo está recolhida no presídio feminino de Jateí. No dia 31 de outubro, Solange Melo, as outras nove pessoas que estão presas (quatro vereadores, três ex-assessores da Câmara e dois empresários) e mais três legisladores da cidade se tornaram réus na ação penal instaurada na comarca local.

O Campo Grande News apurou que a carta de renúncia de Solange Melo foi protocolada no final da tarde de sexta-feira, dia 7 de novembro, por uma assessora dela. Como hoje é feriado devido ao aniversário da cidade, não foi possível obter mais informações na Câmara de Naviraí.

Márcio André Scarlassara, suplente que já ocupava desde o dia 13 de outubro a vaga de Solange Melo no Legislativo, informou ao Campo Grande News que o diretor da Câmara confirmou a renúncia de Solange Melo. Agora ele será empossado em definitivo no cargo.

Denúncias – Solange Melo é ré em ação penal pelos crimes de organização criminosa e peculato e se for condenada pode pegar de 5 a 20 anos de prisão. Ela aparece em escutas da Polícia Federal conversando sobre o esquema de corrupção com o presidente afastado Cícero dos Santos, o Cicinho do PT, e com o vereador e advogado Marcus Douglas Miranda.

Além de Solange, Cícero e Marcus Douglas, permanecem presos os vereadores Adriano José Silvério e Carlos Alberto Sanches, o Carlão, a mulher de Cicinho, Mainara Géssica Malinski, Carlos Brito de Oliveira, o Baiano, prestador de serviços da Câmara, e os ex-assessores da Câmara Wagner Nascimento Máximo Antônio, Thiago Caliza da Rocha e Rogério dos Santos Silva. Mainara está no presídio de Jateí, Marcus Douglas em prisão domiciliar e todos os demais no presídio de Naviraí.

Conforme a investigação da Polícia Federal e a denúncia protocolada no Fórum de Naviraí pelo Ministério Público – posteriormente transformada em ação penal –, interceptações telefônicas e captações ambientais realizadas com ordem judicial no período de quase um ano revelaram um esquema criminoso montado para desviar dinheiro público de varias maneiras a favor dos envolvidos, tendo como sede a Câmara de Naviraí e como “cabeça” da organização o vereador Cícero dos Santos.

As vantagens ilícitas eras recebidas através da exigência de propina a empresários para modificação da legislação municipal, a fim de possibilitar o exercício de atividade comercial (corrupção passiva); emissão fraudulentas de diárias a vereadores e funcionários da Câmara (peculato); fornecimento de combustível pago pelo dinheiro público a vereadores, funcionários da Câmara e parentes e amigos (peculato); fraude em procedimento licitatório (que beneficiava vereadores e terceiros) e lavagem de dinheiro, feita através da loja Bogdana by Maynara, de propriedade de Mainara Géssica Malinski.

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