“Como dói”: zootecnista que morreu em acidente havia perdido mãe em 2021
Susanny da Silva Casarotti, 26 anos, morreu após o carro que ocupava cair no Córrego Boa Vista
No dia 10 de junho do ano passado, a zootecnista Susanny da Silva Casarotti, 26 anos, encontrada morta na manhã de ontem (20), dentro de um carro, no Córrego Boa Vista, havia postado em rede social uma mensagem de luto após perder a mãe. “É mãe, você foi embora e eu nunca mais vou te ver”, lamentou.
No texto, Susanny diz que sente uma dor que nunca terá fim, um buraco que jamais será preenchido. “Como dói. Tanta coisa que eu queria te falar, te dar, tantos sonhos seus que queria realizar. Logo agora que eu comecei a trabalhar e ia começar a poder te dar as coisas que queria, as coisas gostosas que queria comer, ir no mercado e poder comprar absolutamente tudo o que quiser sem se preocupar, viajar com o pai nos lugares bonitos."
Segundo a jovem, era meta de vida conseguir oferecer coisas boas para os pais e afirma que o sonho havia acabado. “Não tenho mais meta de vida, não tenho mais sonhos, tudo foi embora com você. O último abraço que eu te dei foi no dia 29 de fevereiro, quando me deixou na fazenda, quando ia imaginar que aquele seria o último da vida? E que o dia 22 de maio era a última vez que ia te ver com vida naquele hospital.”
Susanny continua o texto dizendo que a mãe era a estrutura da família, era o alicerce. “Hoje estamos todos jogados, sem chão. Não sabemos viver sem você, estamos apenas existindo. Agora só fica os arrependimentos de não ter feito mais, de não ter falado mais vezes te amo, de não ter dado mais coisas para você, não ter te dado mais orgulho, não ter aprendido mais com você. Agora, eu não tenho mais nada.”
Ela conta que a família tinha absoluta certeza que Deus iria curá-la para voltar para a casa. “Nós não entendemos e não aceitamos, porque te queríamos aqui do nosso lado. Tudo o que sou hoje é graças a você, que me ensinou a não me meter na vida dos outros, a não gostar de brigas e discussões, a ser quieta no meu canto, a não incomodar ninguém, a ser simples, humilde. Queria ter aprendido muito mais, mas infelizmente não deu tempo. Agora, nunca mais terei um abraço.”
A jovem termina o texto dizendo que não terá mais o beijo da mãe, uma mensagem, uma risada, uma conversa. “Não terei você no meu casamento. Meu filho não vai ter conhecer. Como eu vou viver sem você. Eu preciso tanto de você mãe. E agora só restou as lembranças e a saudade eterna. Eu vou te amar para sempre, mãe.”
Caso - Susanny e Laisson Pereira Suza, 33 anos, eram ocupantes do Chevrolet Onix, quando caíram no córrego Boa Vista, em Rio Brilhante. Os dois trabalhavam juntos e moravam na unidade de confinamento da JBS. Natural de Presidente Prudente (SP), Susanny era zootecnista e responsável pela fábrica de ração, estoque e armazenamento de insumos. Laisson era natural de Londrina (PR) e trabalhava no RH do confinamento. A jovem foi sepultada às 15h, no Cemitério Municipal de Pirapozinho (SP).