ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Interior

Cunhada assume vaga de prefeito assassinado na fronteira

Carolina Yunis de Acevedo assumiu em ato reservado; nova eleição deve demorar 6 meses

Helio de Freitas, de Dourados | 23/05/2022 14:17
Carolina Yunis logo após assumir cadeira deixada pelo cunhado. (Foto: Reprodução)
Carolina Yunis logo após assumir cadeira deixada pelo cunhado. (Foto: Reprodução)

A presidente da Câmara de Vereadores de Pedro Juan Caballero, Carolina Yunis de Acevedo, assumiu oficialmente no final da manhã desta segunda-feira (23), o cargo de prefeita da cidade. Ela ocupa a cadeira que era de seu cunhado, o prefeito José Carlos Acevedo, que morreu na noite de sábado (21), quatro dias após ser ferido com sete tiros por três pistoleiros.

Carolina é mulher do governador de Amambay Ronald Acevedo, irmão de José Carlos. Sem cerimônia pública, a posse correu na prefeitura. No prédio anexo, fica a Câmara de Vereadores. O atentado que levou Acevedo à morte ocorreu em frente ao local.

No Paraguai, não existe o cargo de vice-prefeito. Por isso, a presidente da Câmara assume como prefeita interina até novas eleições. José Carlos Acevedo tinha sido reeleito para o quarto mandato em outubro do ano passado.

Pela lei eleitoral do país vizinho, a nova eleição deve ocorrer em 90 dias após a vacância do cargo, mas na prática, o pleito deve demorar de cinco a seis meses.

Segundo o diretor de processos eleitorais do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai, Carlos María Ljubetic, a lei eleitoral prevê 90 dias para convocar novas eleições, mas a lei de financiamento político estabelece vários processos antes da convocação, o que deve levar de cinco a seis meses.

Após assinar a ata de posse, Carolina Yunis disse que ainda não sabe se vai se candidatar na eleição. Segundo ela, sua família foi duramente golpeada pelo crime organizado. Além do cunhado, a agora prefeita interina perdeu a filha de 21 anos, na chacina de 9 de outubro do ano passado.

“Foi muito rápido, não temos consolo, nem palavras. Me candidatei à Câmara por compromisso com a cidadania. Assumir assim a prefeitura é pesado e da pior forma”, disse Carolina. “Vamos seguir os projetos e fazer frente a esse desafio de três meses que dura a interinidade”, completou.

Nos siga no Google Notícias