Na contramão da crise do 13º, cidade distribui bônus de R$ 2 mil a servidores
Costa Rica mantém folha enxuta, garante férias a 90% dos funcionários e encerra o ano com as contas em dia
Enquanto muitas cidades de Mato Grosso do Sul encerram o ano enfrentando dificuldades para pagar fornecedores, salários e o 13º, Costa Rica, município de menos de 30 mil habitantes, apresenta uma situação oposta. Com orçamento de R$ 305 milhões e uma estrutura administrativa enxuta, a prefeitura fechou 2025 com todas as obrigações quitadas, abono pago e férias programadas.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A Prefeitura de Costa Rica, município sul-mato-grossense com menos de 30 mil habitantes, encerra 2025 com situação financeira positiva. Com orçamento de R$ 305 milhões, a administração municipal quitou todas as obrigações, incluindo pagamento de fornecedores, salários, 13º salário e abono aos servidores. O município mantém uma gestão eficiente, com gastos de folha representando apenas 34% da receita, bem abaixo de cidades maiores. A prefeitura possui 1.345 servidores ativos, com custo mensal de R$ 5,8 milhões, e mantém reserva financeira estimada em R$ 15 milhões para emergências.
Atualmente, a cidade possui 1.345 servidores ativos, segundo a folha de novembro, o que representa um custo mensal de R$ 5,8 milhões. Mesmo com esse volume de pessoal, o gasto total com folha representa apenas 34% da receita, índice bem abaixo do registrado em municípios maiores, como a Capital, onde o comprometimento ultrapassa 50%.
Em entrevista ao Campo Grande News, o prefeito destacou que o pagamento não apenas foi garantido, mas antecipado. “Já paguei”, afirmou ao comentar o abono anunciado inicialmente para o dia 22. “Paguei na quarta-feira. O 13º a gente paga no dia 8. Na quarta eu paguei o salário do mês, fechei o salário. Paguei o terço de férias, porque aqui eu trabalho com férias coletivas. E paguei o abono.”
O abono de fim de ano varia conforme o setor. Servidores gerais recebem R$ 1 mil, enquanto profissionais da Educação podem receber até R$ 2 mil, dependendo da assiduidade. “Pago dois mil pra aquele profissional que não teve faltas durante o ano. A cada três faltas perde cem reais, até chegar a 26 faltas. Quem tem mais de 26 faltas ganha mil. O mínimo é mil”, explicou.
O principal diferencial, segundo o prefeito, é a saúde financeira do município. “Minha folha é mais baixa. Tenho 34% só de folha”, disse, destacando que mesmo com novas contratações, como o concurso da Guarda Municipal, que deve acrescentar 25 agentes no próximo ano, o índice permanece controlado.
Ele atribui o equilíbrio à gestão rigorosa dos gastos. “Eu faço economia a todo tempo. Cobro muito da minha equipe pra evitar supérfluo, evitar gastos desnecessários, pra gente conseguir aplicar o recurso de uma forma mais equacionada, mais justa.”
Segundo Cleverson, a orientação interna é sempre a mesma: segurar despesas que não são obrigatórias para garantir que serviços essenciais e servidores não sejam prejudicados. “A gente consegue dar uma segurada e fechar bem as contas, não deixar ninguém na mão, principalmente funcionários.”
A prefeitura também afirma estar com pagamentos a fornecedores atualizados. “Cem por cento, não devo nenhum fornecedor. Só aquelas obras que estão em andamento, que não tem jeito, pago por medição. Mas o que foi feito e medido, a gente já pagou”, reforçou.
O prefeito diz que encerra o ano com tranquilidade. “Fechei hoje toda a folha. A gente consegue virar o ano com a consciência bem tranquila, sabendo que tá tudo em paz. A casa tá arrumada.”
Cleverson reconhece que parte da estabilidade vem do histórico administrativo do município. “Os gestores que passaram pra mim também cuidavam bem da parte fiscal”, afirmou.
Segundo ele, a transição foi feita com as contas equilibradas. “A parte fiscal não tem o que falar. Não estava no vermelho.” Esse contexto, diz o prefeito, permitiu que ele focasse em ajustes e ampliação dos investimentos. “A gente fez bastante investimento na educação, no esporte, no social. Na educação foram os maiores investimentos.”
O prefeito explicou que Costa Rica adota uma política de manter recursos reservados para emergências e para proteger o pagamento da folha. Segundo ele, ainda está sendo finalizada a apuração do caixa de fim de ano, mas a estimativa é de cerca de R$ 15 milhões. “Acredito eu que temos uns 15 milhões. Geralmente eu trabalho com três a quatro folhas de garantia.” Essa reserva possibilita que o município planeje o ano seguinte sem risco de atrasos. “Minha preocupação é o ano que vem. Quero deixar recurso bom no caixa pro ano que vem já.”
Outro ponto destacado por Cleverson foi o planejamento administrativo para o período de recesso. A partir de 22 de dezembro, 90% do funcionalismo entra em férias coletivas, prática adotada anualmente pelo município. Apenas serviços essenciais, como o PAM (Pronto Atendimento Médico) que funciona 24 horas e serviços essenciais permanecem em funcionamento. Os setores que entram em recesso retornam em janeiro, como ocorre tradicionalmente. Em 2026, por exemplo, muitas áreas retomam as atividades no dia 5.



