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Interior

Estuprada e morta, menina de 3 anos estaria sendo agredida há 7 meses

Criança estava sob guarda dos tios, suspeitos de cometerem as agressões, desde dezembro de 2015

Luana Rodrigues | 30/07/2016 09:27
Criança teria sofrido sessões de tortura e estupro, cometidas pelos tios. (Foto: Direto das Ruas)
Criança teria sofrido sessões de tortura e estupro, cometidas pelos tios. (Foto: Direto das Ruas)

Agredida, queimada e estuprada, tudo isso, há sete meses até a morte. As investigações sobre o assassinato da menina indígena de três anos, que ocorreu na noite desta quinta-feira (28), na aldeia Bororó de Dourados, ainda estão em fase preliminar. Mas a polícia já encontrou indícios de que a criança vinha sendo agredida desde dezembro de 2015, quando foi morar com os tios.

Rosiane Peixoto, 28, e o marido dela, Vanilson Espíndola Argueiro, 28, estão presos, mas negam o crime. Mesmo assim, a Justiça decretou a prisão preventiva do casal, que está na 1ª delegacia de Dourados, mas deve ser transferido para presídios neste final de semana.

Conforme informações da delegada titular da Delegacia da Mulher da cidade, Paula Ribeiro dos Santos Orue, apesar dos suspeitos negarem, a polícia não tem dúvidas de que eles cometeram o crime. “Uma testemunha está sendo fundamental para que tenhamos certeza do fato, mas ainda queremos descobrir o motivo da brutalidade de tanta brutalidade”, disse.

A delegada afirma que só os laudos vão podem dizer quando as agressões à menina começaram, mas ela estava com os tios desde o dia dois de dezembro do ano passado, e testemunhas disseram que o casal escondia ou dava desculpas sobre a criança, quando alguém perguntava. “No local não há vizinhos próximos, mas agentes de saúde e pessoas que costumam acompanhar os indígenas dizem que não viam a criança e quando viam eles sempre davam essas desculpas, o que pode indicar que ela vinha sendo agredida desde então”, conta.

Ainda segundo Orue, uma testemunha disse que a mulher colocava um pano na boca da criança para que ela não gritasse durante as sessões de tortura. “É um crime brutal, horrível, que não pode ficar impune e vamos apurar com prioridade”, disse a delegada.

Rosiane e Valnilson estão presos preventivamente, por isso a delegada tem dez dias para encerrar o inquérito. Eles devem ser transferidos para presídios até na segunda-feira (01), sendo que a mulher vai para a penitenciária feminina de Jateí, cidade distante - 292 quilômetros de Dourados - e o marido dela para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

Na próxima semana, a delegada disse que vai ouvir agentes de saúde, do Cras(Centro de Referência de Assistência Social) da aldeia,familiares, além dos próprios suspeitos de cometerem o crime.

Brutal – Na quinta-feira, o Conselho Tutelar recebeu denúncia de que uma criança estava sofrendo maus-tratos na aldeia Bororó.

Acompanhados por policiais, os conselheiros foram ao local e encontraram a menina com a mandíbula quebrada, com hematomas em todo o corpo e sinais de violência sexual. A criança foi encaminhada para o Hospital da Vida, onde morreu horas depois.

Rosiane, que é irmã da mãe da menina, e o marido fugiram antes da chegada da polícia, mas com a ajuda de lideranças da reserva indígena os dois foram localizados no final do dia e levados para a delegacia.

Eles negaram qualquer ato de violência contra a menina e disseram que os hematomas e o ferimento no queixo ocorreram porque a criança caiu da moto. Sobre os sinais de abuso sexual, a mulher alegou que dava banho na menina com bucha vegetal e que isso teria provocado as lesões.

A história não convenceu a polícia e os dois estavam sendo autuados em flagrante por tortura e estupro quando funcionários do hospital informaram que a criança tinha morrido. Rosiane e Vanilson foram então autuados em flagrante por estupro e lesão corporal seguida de morte.

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