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Interior

Familiares denunciam execuções em operação da polícia paraguaia

Parentes de dois mortos afirmam que eles apenas trabalhavam como pedreiros na chácara onde teria ocorrido o confronto

Helio de Freitas, de Dourados | 10/05/2019 10:18
Presos na Operação Romai, no dia 1º deste mês em Piray, a 50 km de Coronel Sapucaia (Foto: Divulgação)
Presos na Operação Romai, no dia 1º deste mês em Piray, a 50 km de Coronel Sapucaia (Foto: Divulgação)

Policiais paraguaios estão sendo acusados de execuções sumárias durante a Operação Romai, ocorrida em uma chácara na Colônia Piray, a 50 km de Coronel Sapucaia (MS), no dia 1º deste mês.

O governo do país vizinho afirma que o local servia como base de uma célula do Comando Vermelho e existem suspeitas de participação do grupo no assalto à agência do Sicredi em Coronel Sapucaia, no dia 8 de abril.

Seis homens foram mortos pelos policiais quando as equipes chegaram à chácara. A polícia e o Ministério Público afirmam que os bandidos reagiram a na troca de tiros foram mortos.

Entretanto, familiares de dois deles afirmam que Pablo Javier Ocampos e Richard Alexander Fernández Duarte eram pedreiros que tinham sido contratados para construir uma casa no local. As famílias dizem que eles não tinham ligação com o crime. O governo paraguaio garante que todos os abatidos atiraram nos policiais.

Nesta semana, os familiares dos dois pedreiros denunciaram o caso no Senado paraguaio. Iris Benítez, viúva de Pablo Ocampos, disse que o marido não estava envolvido em nada ilegal. Mesma versão é contada pela mãe de Richard, Perla Duarte.

O advogado Denis Echagüe, que defende um dos sobreviventes, Soriano Alfonso, afirma que seu cliente também era pedreiro contratado para trabalhar na obra, a poucos metros da casa onde estavam os bandidos do Comando Vermelho. Soriano está preso.

O contratante dos pedreiros, Marcial Sanabria, também falou na audiência no Senado e negou envolvimento com o crime. Disse que não sabia da ligação dos donos da chácara com a facção criminosa e que não estava no local no momento da operação porque no dia anterior foi até uma cidade próxima receber um dinheiro.

A cada dia o caso ganha mais repercussão no Paraguai, principalmente porque o ministro do Interior Juan Ernesto Villamayor e o presidente da República Mario Abdo Benítez se vangloriaram publicamente da operação e parabenizaram os policiais.

Juan Ernesto Villamayor prometeu investigar a denúncia, mas garante que todos os homens abatidos pelos policiais também atiraram. Mesma posição tem o promotor de Justiça Marcelo Pecci, que acompanhou a ação.

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