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Interior

Fuzis achados com brasileiro foram usados em ataque com dois mortos

Segundo a perícia, armas de guerra foram usadas por pistoleiros que atacaram funcionário de Pavão na semana passada, no Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 31/10/2017 10:36
O brasileiro Bruno Henrique Reis de Oliveira é conduzido por policiais paraguaios (Foto: ABC Color)
O brasileiro Bruno Henrique Reis de Oliveira é conduzido por policiais paraguaios (Foto: ABC Color)

Dois fuzis encontrados sexta-feira (27) com três paraguaios e um brasileiro, enterrados no quintal de uma casa em Assunção, capital do Paraguai, foram usados no atentado que deixou dois mortos, dois dias antes, na mesma cidade. A comprovação ocorreu após o teste balístico feito pela polícia do país vizinho.

O ataque, atribuído por policiais paraguaios à facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), teve como alvo o cidadão paraguaio William Giménez Bernal, 28, funcionário do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, que está preso há quase oito anos em Assunção.

O filho de Bernal, de 5 anos, foi atingido pelos tiros de fuzil e morreu no banco traseiro da caminhonete conduzida pelo pai. Ao ver o filho morto, Bernal cometeu suicídio com um tiro na cabeça. A polícia afirma que o ataque está ligado à guerra pelo controle do tráfico de drogas na fronteira com Mato Grosso do Sul.

Segundo a polícia paraguaia, 17 tiros foram disparados de um dos fuzis e quatro do outro – os dois de calibre 7,62 de fabricação europeia. Além dos rifles, os policiais aprenderam na casa outras 13 armas, entre as quais três pistolas calibre 5.7x28mm, conhecidas como armas “mata polícia”, já que esse calibre tem capacidade de perfurar colete antibalístico nível 3A, usado por policiais.

O brasileiro Bruno Henrique Reis de Oliveira, 35, e os paraguaios Diego Niz Perez, 28, Rony Maximiliano Román Ramírez 25, e Ruth Nathaly Echagüe Benítez, 27, são apontados como membros do PCC. Entretanto, até agora eles foram indiciados apenas por violação à lei de armas.

Fuzis encontrados escondidos em buraco na capital paraguaia foram usados em ataque (Foto: ABC Color)
Fuzis encontrados escondidos em buraco na capital paraguaia foram usados em ataque (Foto: ABC Color)

Vingança – De acordo com policiais paraguaios, o ataque a Willian Bernal pode ser sido vingança pelo atentado a tiros contra a boate After Office em Pedro Juan Caballero, ocorrido em 24 de julho deste ano. O atentado deixou 11 feridos e quatro mortos – os brasileiros membros do PCC Ivanilton Moretti, 36, o Grandão, e Felipe Alves, 24, o Filhote, além de duas moradoras de Ponta Porã.

Willian Bernal foi acusado de ordenar o ataque, que tinha como principal alvo o atual chefe do crime na fronteira, Ronaldo Rodrigues Benites, o Galã. Segundo fontes da polícia, Bernal era um dos principais líderes do grupo de extermínio denominado “Justicieros de la Frontera”.

Galã também é acusado de ter planejado o assassinato do brasileiro Jorge Rafaat Toumani, ocorrido em junho de 2016. A morte de Rafaat abriu caminho para Galã assumir o controle do crime organizado na fronteira, mas ele enfrenta uma guerra com outros grupos criminosos.

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